Diversão e Arte

Saraus ocupam a cidade e renovam relação com o público

A ideia dos projetos é trazer mais verso e poesia ao cotidiano apressado de quem se acostuma com a correria das cidades

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 12/07/2015 07:30

Poesia & Vinho: celebração do êxtase da palavra sob o luar

Um grupo recita poesias em meio ao público, que passa por todos os lados da movimentada calçada em frente ao shopping Conjunto Nacional, perto da rodoviária de Brasília. Quem quiser e tiver algo para recitar, pode pegar o microfone e fazer parte da apresentação; quem tiver textos, pode apresentar. Assim funciona o Calçada da Poesia, projeto criado pelo escritor e poeta André Giusti, para movimentar e levar arte ao centro da capital.

O sarau poético acontece ali, no meio da rua, e Giusti garante que as reações são sempre as mais diversas, passando pela indiferença, a simpatia e a alegria do público. ;As pessoas passam olhando, riem, algumas nem ligam. Outras param, prestam atenção, vão embora sem dizer nada. Algumas aplaudem, ficam o tempo inteiro e há casos em que pedem para declamar.Certa vez, um rapaz leu pela primeira vez um poema que havia escrito para o pai e que nem o próprio conhecia. Acho que libertamos algumas almas nesses sábados. O que a gente quer é libertação, nossa e de quem nos ouve;, afirma o escritor.

Com um clima mais intimista, Poesia & vinho, projeto iniciado em 2009, que já contou com importantes nomes da poesia brasileira e brasiliense como Fabrício Carpinejar e Nicolas Behr, ocupa agora o espaço Ô de casa, na 206 Norte. Adeilton Lima, poeta idealizador da iniciativa, que ocorre sempre no primeiro dia da lua cheia, acredita que a poesia tem a capacidade de levar um olhar mais sensível para o cotidiano apressado e caótico das cidades.

Cotidiano apressado

A ideia dos projetos é trazer mais verso e poesia ao cotidiano apressado de quem se acostuma com a correria das cidades. ;É um ato de celebração romântica, mas acredito que o mundo está precisando desse olhar mais sensível, diante desse caos virtual cheio de violência e loucura. A poesia pode nos possibilitar uma loucura boa;, ressalta Adeilton, que, enfatiza, ainda, o objetivo de quebrar as regras de uma sociedade monótona e muito funcional.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação