Um grupo recita poesias em meio ao público, que passa por todos os lados da movimentada calçada em frente ao shopping Conjunto Nacional, perto da rodoviária de Brasília. Quem quiser e tiver algo para recitar, pode pegar o microfone e fazer parte da apresentação; quem tiver textos, pode apresentar. Assim funciona o Calçada da Poesia, projeto criado pelo escritor e poeta André Giusti, para movimentar e levar arte ao centro da capital.
O sarau poético acontece ali, no meio da rua, e Giusti garante que as reações são sempre as mais diversas, passando pela indiferença, a simpatia e a alegria do público. ;As pessoas passam olhando, riem, algumas nem ligam. Outras param, prestam atenção, vão embora sem dizer nada. Algumas aplaudem, ficam o tempo inteiro e há casos em que pedem para declamar.Certa vez, um rapaz leu pela primeira vez um poema que havia escrito para o pai e que nem o próprio conhecia. Acho que libertamos algumas almas nesses sábados. O que a gente quer é libertação, nossa e de quem nos ouve;, afirma o escritor.
Com um clima mais intimista, Poesia & vinho, projeto iniciado em 2009, que já contou com importantes nomes da poesia brasileira e brasiliense como Fabrício Carpinejar e Nicolas Behr, ocupa agora o espaço Ô de casa, na 206 Norte. Adeilton Lima, poeta idealizador da iniciativa, que ocorre sempre no primeiro dia da lua cheia, acredita que a poesia tem a capacidade de levar um olhar mais sensível para o cotidiano apressado e caótico das cidades.
Cotidiano apressado
A ideia dos projetos é trazer mais verso e poesia ao cotidiano apressado de quem se acostuma com a correria das cidades. ;É um ato de celebração romântica, mas acredito que o mundo está precisando desse olhar mais sensível, diante desse caos virtual cheio de violência e loucura. A poesia pode nos possibilitar uma loucura boa;, ressalta Adeilton, que, enfatiza, ainda, o objetivo de quebrar as regras de uma sociedade monótona e muito funcional.
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