Diversão e Arte

"Fábio Porchat é o melhor texto do Brasil", diz ex-Casseta Cláudio Manoel

Novo programa do humorista tem previsão de estreia para dezembro no Multishow

Fernanda Guerra
postado em 14/07/2015 11:40
Novo programa do humorista tem previsão de estreia para dezembro no Multishow
Rio de Janeiro -
O novo programa do ex-Casseta & planeta para o canal pago Multishow não deve ser encarado como uma volta do humorístico, extinto da Globo em 2012. Vem com uma proposta bem diferente da paródia na tevê, dos esquetes e do humor político. "Será um projeto com começo, meio e fim. Não é a volta do grupo", esclarece o comediante Cláudio Manoel. A temporada, já em fase de produção, terá 20 episódios, com duração de 30 minutos, e tem previsão de estreia para dezembro.

[SAIBAMAIS]Será mais uma aposta do canal, que investe cada vez mais na cena da comédia nacional, com programas como Tudo pela audiência, Vai que cola e Partiu shopping. "É como se fosse um documentário sobre o que foi a nossa pós-vida desde o fim do programa em 2012, mas é ficção. Vai mostrar a vida de cada um, falar sobre ostracismo", antecipa. "O basicão são as seis vidas. A gente tem encontros e desencontros, mas aí já é spoiler. Tem histórias do passado e propostas para o futuro".

Cláudio, intérprete de personagens como Massaranduba e Seu Creysson no Casseta, começou como redator em programas como Vandergleyson show e TV Pirata, nos anos 1980. Atualmente, o comediante faz a supervisão do texto do novo programa da TV Globo, Tomara que caia, que estreia neste domingo (19/7). A participação do Casseta e Planeta no programa Extra ordinários, no SporTV, serviu como um "ensaio" do retorno dos humoristas à frente das câmeras.

A repórter viajou a convite da Globo


Entrevista >> Cláudio Manoel


Os novos programas de humor da tevê trazem a referências do Casseta & planeta. Como enxerga isso?
Existe muito mais uma retomada em cima da estrada que a gente trilhou do que uma ruptura. A proposta da TV Pirata, quando entrei como redator, era pretensiosa, uma quebra do era feito. Vivemos a evolução e involuções desse período. Uma das coisas que a gente teve no Casseta, nos últimos dez anos do programa, comparado com a TV Pirata, foi o aumento da quantidade do ;não pode;. A gente não podia falar sobre marcas ou outros canais. Atualmente, há uma diminuição do código ;do que não pode;.

Se o Casseta & planeta voltasse, como seria?
De uma certa forma, a gente "tá no ar", né? Com ou sem trocadilho. Acho até que de certa forma é uma homenagem. A gente foi uma banda que tocou muito tempo. O que eu acho é que saudosismo mata. Tem um pouco de soterramento, uma espécie de não falar da gente pra não parecer que está perto demais. Fala-se da TV Pirata, mas parece que a gente não existiu. Como tenho consciência plena da minha existência, tá tudo certo. Em termos de ambição criativa, acho que falta um pouco de tentativa de ruptura com o que vem sendo feito há 20 anos e de humor político. A gente é o maior representante disso.

Da nova geração de humoristas, algum te impressiona?
O Porta dos Fundos usou bem a linguagem do humor no YouTube. Eles foram uma novidade. Fábio Porchat é o melhor texto do Brasil. Ele só perde pra gente, mas a gente é seis. E éramos sete. Aí não vale;

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