Diversão e Arte

Paisagens futurísticas inspiram artista naif selecionado para prêmio

Osvaldo Borges está no Transborda com desenhos inspirados em mundo fantástico

Nahima Maciel
postado em 22/07/2015 07:30

Osvaldo Borges se inspira no universo de filmes e HQs de ficção científica

As cidades desenhadas por Osvaldo Borges dos Santos são coloridas, cheias de torres futurísticas, com espaçonaves que circulam pelos ares, tubos que ligam prédios e pessoinhas de contornos alienígenas. É um pouco como o artista acredita que será o futuro, mas é, sobretudo, fruto de uma imaginação alimentada por revistas em quadrinhos de super-heróis e filmes de ficção científica. Mineiro de São Francisco, Osvaldo, 49 anos, pode levar duas semanas para completar um desenho. Até mais, quando está atarefado pelas encomendas de letreiros e portões.

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O artista é serralheiro e nunca se dedicou completamente ao desenho com ares de ficção científica que produz nas horas vagas, mas o trabalho chamou a atenção do júri do Transborda Brasília ; Prêmio de Arte Contemporânea. Classificados como naifs, três desenhos de Osvaldo estão entre as obras de 20 artistas selecionados para a exposição em cartaz no Museu Nacional da República. Ele não ganhou o prêmio ; concedido na semana passada a Karina Dias, Janaína Miranda e Júlia Milward ;, mas estar entre os selecionados foi um passo importante para que o trabalho ganhasse visibilidade.

Osvaldo divide o espaço da garagem da casa no Recanto das Emas entre ateliê de serralheria e de desenho. Quando quer relaxar, se debruça sobre a prancheta de desenho e cria mundos inspirados nas imagens de filmes, documentários e programas aos quais assiste na televisão. ;A imaginação me leva. A curiosidade também;, explica o artista. ;Gosto muito de arquitetura, prédios e gosto de desenhar coisas que nunca vi.;

Osvaldo Borges está no Transborda com desenhos inspirados em mundo fantástico

As cidades e paisagens imaginárias de Osvaldo são produtos de uma narrativa que ele elabora na cabeça e transpõe para o papel. O artista gosta de especular como seria a vida nas aglomerações urbanas do futuro. ;Seria interessante andar em uma nave espacial;, garante. A qualificação de naif que encantou o júri do Transborda encontra eco na maneira autodidata e colorida que marca o trabalho do artista. No entanto, quando pensa no futuro, Osvaldo não é ingênuo. Em 300 anos, o homem pode até estar passeando por aí em naves espaciais, mas isso não significa que será melhor que os dias atuais. ;Vai faltar água. Do jeito que está, não vai ser melhor que hoje;, acredita.


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