Diversão e Arte

Bienal do Mercosul vai mostrar apenas obras de artistas latino-americanos

A maior reunião de artistas do continente terá até peças arqueológicas

Nahima Maciel
postado em 29/07/2015 14:35

Gê Orthof, que nasceu em Petrópolis mas mora em Brasília há décadas, participa da Bienal do Mercosul

A Bienal do Mercosul completa 20 anos com um projeto curatorial que busca no passado as explicações para a arte produzida no presente. A 10; edição do evento, que ocorre entre os dias 8 de outubro e 22 de novembro, terá um total de 700 obras de 402 artistas de 21 países. Os nomes foram anunciados nesta quarta (29/07), em Porto Alegre, onde acontecerá a mostra. Dividida em quatro núcleos curatoriais e espalhada por oito espaços, a bienal vai retomar a proposta inicial de seu surgimento e exibir apenas artistas da América Latina. A equipe de curadores liderada pelo brasileiro Gaudêncio Fidelis quer fazer uma mostra histórica capaz de refletir sobre seu próprio papel em um cenário no qual megaexposições se tornaram grandes feiras de novidades.

Escultura de Galeno estará na 10ª Bienal do Mercosul

Este ano, a Bienal do Mercosul não vai trabalhar com obras comissionadas. A própria história da arte no continente pautou a equipe de curadores, que trazem desde peças arqueológicas pré-colombianas até artistas contemporâneos dos países da América Latina. A experiência urbana e os modernismos latino-americanos estarão em A jornada da adversidade, enquanto a possibilidade de explorar outros sentidos que a visão por meio de obras de arte estará em A insurgência dos sentidos. A fusão das tradições europeias com as indígenas e a busca da identidade latino-americana, o olfato na arte e a história das vestimentas narradas na produção artística fazem parte de A insurgência dos sentidos. O Desapegamento dos trópicos vai enfatizar como as escolhas acadêmicas e museológicas podem deixar de fora uma produção ;paralela; e A jornada continua tem como enfoque a formação e a educação curatorial como forma de investir na narrativa da história da arte.

Profilaxia, obra do artista fluminense Jonas Arrabal, que participa da 10ª Bienal do Mercosul

Entre os 402 artista selecionados, há muito nomes importantes para a história da arte latino-americana, como Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard, Amilcar de Castro, Antonio Berni, Burle MArx, Diego Rivera, Franz Weissman, Iberê Camargo, Jesus Rafael Soto, José Clemente Orozco, Rubem Valentim, Wesley Duke Lee, Maria Martins, Leon Ferrari, Lígia Pape e Lygia Clark. A produção contemporânea aparece com nomes como Adriana Varejão, Beatriz Milazes, Miguel Rio Branco e Ernesto Neto. Dois artistas de Brasília foram selecionados para a mostra. Galeno e Gê Orthof participam da exposição, que é a maior do continente dedicada à arte latino-americana. Orthof leva uma instalação construída com caixinhas de música das quais se ouve a Internacional comunista e La vie en rose.

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