Diversão e Arte

Conheça o que toca na playlist dos brasilienses

Seleções personalizadas tornaram-se a principal ferramenta de experimentação e descoberta musical Brasilienses revelam ao Correio o que têm escutado em suas listas

postado em 01/08/2015 09:22

Após terminar de dar aulas de dança do ventre, a professora Amura Zahra faz um rápido lanche e coloca roupas adequadas para a sua diária corrida vespertina. Além da alimentação e do vestuário apropriados, Amura está munida de seu smartphone, onde estão incluídas playlists, item que se tornou tão essencial quanto a alimentação ou o tênis escolhido, criadas especialmente para a prática desportiva.

Seja para correr, trabalhar, fazer um esquenta para a balada ou curar uma fossa, o fato é que as playlists são, atualmente, a principal ferramenta de convivência com a música. De acordo com pesquisa feita pela MIDiA Research com usuários de serviços de streaming dos EUA, da França e do Reino Unido, 45% escutam mais playlists, enquanto 31% preferem os bons e velhos álbuns.

É pensando nessa tendência que serviços como Spotify, Apple Music, Rdio, Deezer, Google Play, entre outros, têm prestado especial atenção no aperfeiçoamento da engenharia que permite a criação de playlists específicas para cada momento da vida do usuário. E bota específicas nisso.

;Hoje eu acordei vilã;, ;TPM; e ;Solteiro sim, sozinho nunca; são alguns exemplos de seleções que podem ser encontradas no Spotify. Sobre a ideia para a personalização das listas, Elian Roman, gerente de produtos da Google Play, explicou em entrevista ao site Pitchfork: ;Se um DJ estivesse me seguindo, o que ele tocaria?; O DJ, no caso, pode ser tanto um algoritmo que detecta as preferências do usuário, baseadas em audições anteriores, ou curadores de sites e revistas especializadas, por exemplo Rolling Stone, NME, Pitchfork, etc., um dos maiores atrativos e apostas do recém-lançado Apple Music.

O balanço entre a utilização de inteligência humana e artificial é questão-chave para potencializar a eficiência de uma prática que, como o usuário Jonathan Good declarou ao site Pitchfork, ;transformará o criador da playlist em uma peça tão importante quanto os próprios artistas inclusos nela;. Os brasilienses ao lado são prova viva de que o futuro da música chegou e ele está a serviço do usuário.


No trabalho

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Há quem ache uma distração, outros juram que a música pode ser uma ferramenta importante para render mais no trabalho. Esse é o caso da designer gráfica Karen Tâmilyn, 26 anos. ;Às vezes, preciso escutar algo mais agitado para estimular a criatividade. Porém, em outras ocasiões, é necessário um som mais tranquilo para manter o foco. As playlists são excelentes neste sentido por permitirem customizar o que você quer ouvir de acordo com a sua necessidade e humor;, explica Karen, que é usuária de serviços de streaming, como o Spotify e o Grooveshark, desde 2011. ;Eu e meus colegas de trabalho costumamos também fazer playlists compartilhadas, sempre respeitando o gosto pessoal de cada um, como forma de descontrair o ambiente. É sempre interessante ouvir as músicas que são tiradas do fundo do baú;, diverte-se.

Clique para conferir a playlist de Karen.

Cotidiano

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Um dos motivos que fazem das playlists as ferramentas mais procuradas pelos fãs de música é a possibilidade de transformá-las em trilhas sonoras do cotidiano. É pensando nos momentos de tristeza e alegria, solidão e companhia, que o publicitário Pedro Sotero, 28 anos, monta seleções de músicas que tenham a sua cara. Ou, melhor dizendo, a cara de seu momento. ;As músicas escolhidas obedecem meu humor, variando entre clássicos e novidades que descubro na internet, festivais de música ou baladas. Como mudo de humor a toda hora, a variedade de estilos é grande;, brinca Pedro, que também revela que os amigos fazem pedidos de playlists. ;Já criei seleções para viagens, fossa, inferno astral e festas de casamento. Adoro presenteá-los dessa forma, pois é uma lembrança não material que vai proporcionar diferentes sentimentos e experiências para cada um deles;, destaca.

Clique para conferir a playlist de Pedro.


Para curtir a dois

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Se as playlists podem ser consideradas uma forma de trilha sonora do cotidiano, por que não fazer da rotina um romance? Namorados há cinco anos, Danubia Borges Melo, 28 anos, e Thiago Moraes, 31, dão a receita de como a cumplicidade de um casal pode ser compartilhada, também, por meio de música. ;O Spotify permite compartilhar uma conta, o que é ótimo pela praticidade e economia. Moramos juntos e já dividimos as contas e a maioria dos momentos musicais. Nem sempre fazemos playlists juntos, mas sempre nos ouvimos e damos palpite. No fim, acaba sendo uma criação nossa; explica o engenheiro, que completa: ;A música está sempre presente nos momentos felizes, seja saboreando um jantar em casa, durante uma viagem ou festas de família. O momento de fazer as playlists imaginando a situação em que vamos ouvi-la é sempre descontraído e, com certeza, faz nossa relação ser ainda melhor;, finaliza.

Clique para conferir a playlist de Thiago e Danubia.

O esquenta

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Após uma longa semana de trabalho, chegou a hora de se divertir e relaxar. Para ajudar a entrar no clima do fim de semana e da balada, o designer gráfico e ilustrador Reinaldo Dimon, 31 anos, conta que as playlists são ótimas ferramentas para o ;esquenta;. ;A ideia é escolher músicas que tenham a ver com o meu humor no dia e com a balada que pretendo ir para já chegar animado. Rola de tudo, entre pop, rock, electro e house;, conta Reinaldo, revelando, também, que o som pode começar a rolar quando ele começa a se arrumar, durante o caminho para a balada ou indo se encontrar na casa dos amigos. ;Minha apreciação por playlists é tamanha que costumo trocar dicas de novidades com amigos e colegas de trabalho, além de ter uma página no Facebook (Iaahmusic) onde costumo compartilhar músicas e listas;, diz.

Clique para conferir a playlist de Reinaldo.


Exercícios

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Empresária e professora de dança do ventre, os dias de Amura Zahra, 29 anos, costumam ser bastante ocupados. Entretanto, ela ainda consegue arrumar tempo na pesada rotina para manter a forma. E o que motiva Amura a fazer suas corridas diárias e ainda ter disposição para lecionar diversas aulas em um dia é a música. ;Tenho playlists para todos os momentos e isso me preenche muito também. Quando estou correndo, busco sons que me deem a sensação de liberdade. Posso começar com algo mais agitado e pesado, minha preferência, e depois escolher músicas mais calmas ou com mais gingado;, explica. A prática de exercícios físicos aliada à experiência musical é algo tão sério para Amura que ela prefere que permaneça uma experiência solitária. ;Quando me chamam para correr, até que algumas vezes, mas dou preferência por correr sozinha para colocar os pensamentos em ordem, aliviar a mente e escutar minhas músicas em busca da minha sintonia;, filosofa.
Playlist ;Corridão;, por Amura Zahra:Forfun ; Coisa poucaCae Maia ; Ressaca do marTribo da Periferia ; Valores

Com a palavra, o DJ

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Segundo o DJ e produtor musical Hugo Drop, 33 anos, é positiva a popularidade de serviços de streaming que transformam qualquer pessoa em um DJ em potencial. ;Essa facilidade de acesso diversifica o ;repertório; tocado em lugares que não sejam a balada. Além disso, esses meios possibilitam pesquisar músicas e artistas novos e compartilhar meu trabalho;, explica o DJ que tem 10 anos de experiência em festas e baladas de Brasília. E quando não está ;trabalhando;? ;No meu tempo livre escuto músicas bastante diferentes de quando estou tocando. Além de acalmar meus ouvidos com músicas mais calmas, busco expandir meus estilos musicais, explorando o rhythm & blues, jazz e reggae;.

Clique para conferir a playlist de Hugo.

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