Pesquisador, escritor e radialista, Ruy Godinho é, antes de tudo, um contador de histórias. Esta faceta desse inquieto paraense-brasiliense pode ser apreciada na trilogia de Então, foi assim?, livros, lançados em 2008, 2010 e 2013, nos quais revela os bastidores da criação musical brasileira. Eles foram reunidos num box, que vai ser lançado hoje, às 20h, no Teatro da Caixa, com a presença de Geraldo Azevedo.
O cantor e compositor pernambucano conta num dos capítulos do segundo volume da obra, como foi o processo de criação de Canção da despedida, que fez em parceria com Geraldo Vandré, em pleno período da ditadura militar. O compositor paraibano, à época, vivia uma fase de grande popularidade, logo depois de ter sido aclamado no Maracanãzinho, ao classificar-se em segundo lugar no Festival Internacional da Canção, com Pra não dizer que não falei das flores, que afrontava a ditadura.
[SAIBAMAIS]
;Geraldinho me contou que, aproveitando a repercussão da canção do festival, Vandré saiu pelo país fazendo shows. Ele fazia parte da banda que o acompanhava, e durante a turnê, Canção da despedida começou a ser esboçada;. Ainda de acordo com Ruy, em relato no livro, a primeira gravação foi do próprio Vandré, no exílio em Paris, no disco Das terras do Benvirá. Depois, mesmo sob protesto do letrista ; que não queria o nome no crédito ;, vieram as de Geraldinho no LP Luz do sol; e de Elba Ramalho, no álbum O grande encontro.
Ruy contabiliza 186 histórias no Então foi assim?, resultado de longas entrevistas feitas com artistas destacados, distribuídas nos três volumes. A lista é extensa e contempla desde nomes estelares da MPB, como Milton Nascimento e Gilberto Gil, a outros de menor expressão, ;mas igualmente responsáveis por importante contribuição à MPB;.
A matéria completa está disponível aqui para assinantes. Para assinar, clique aqui