Diversão e Arte

Longas exibidos em Brasília usam o humor para debater questões polêmicas

O filme francês Que mal eu fiz a Deus? faz troças de tipos estereotipados, como o advogado raivoso, o cínico empresário judeu e o chinês promissor, quando há perspectivas de lucro

Ricardo Daehn
postado em 08/08/2015 07:30
Cena de Que mal eu fiz a Deus?: o dilema da aceitação é sugerido em todo o filme
Quase meio século depois da repercussão do longa-metragem Adivinhe quem vem para jantar, que debateu às claras o preconceito racial no cinema, uma recente produção de ampla comunicação com o público francês, Que mal eu fiz a Deus?, dá sequência à denúncia de intolerâncias e desprestígio. No filme, um casal francês, arraigado a tradições, não consegue lidar com o fato de as filhas optarem por maridos das mais variadas etnias. Os pais se afundam num cenário que impõe mudanças de costumes e posturas. Em cartaz na capital, o longa se afirma como bom lazer ; repleto de graça, por tratar da dura situação, no terreno da comédia.

Que mal eu fiz a Deus?, vale a menção, bateu a marca, na França, de 12 milhões de espectadores. O longa assinado por Phillipe de Chauveron faz troças, ao mesmo tempo em que humaniza, tipos estereotipados como o raivoso advogado argelino, o cínico empresário judeu e o chinês promissor, quando há perspectivas de lucro.

Também com vocação cômica, Beijei uma garota, em exibição, traz o ator Pio Marma; num terreno ingrato: ao interpretar o homossexual Jérémy, ele defende aquele flamejante debate da possível cura gay. Desenvolvida pelos estreantes Maxime Govare e Noémie Saglio, a trama do longa coloca uma irresistível sueca, no meio do caminho do protagonista, que começa a questionar a felicidade experimentada ao lado do namorado.

A partir da queda de uma série de padrões para o cinema brasileiro, o diretor Jorge Furtado é outro que comparece no circuito, à frente do longa Real beleza. Com uma diversidade de provocações implícitas ; o diretor, que é uma eterna referência para jovens cineastas ;, o roteiro do longa conta os contratempos e as particularidades no casamento de um casal interpretado por Adriana Esteves e Francisco Cuoco, depois que a filha anuncia a pretensão de seguir a carreira de modelo. Caráter inclusivo na terceira idade, traços de um casamento aberto e a libertação de padrões sociais são alguns dos tópicos que despontam.

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