postado em 15/08/2015 07:32
;O rock n; roll, de uns anos para cá, ficou vazio de referências. Acredito que falta vontade de mudar, de contestar, ter aquela pegada de adolescente mesmo, no sentido de não se conformar com tudo;, explica Marcelo Marcelino, vocalista da banda Madrenegra, formada em 2011. Atualmente estabelecidos na cidade de Santos (SP), o grupo de rock tem as origens no Entorno de Brasília, no Jardim Ingá, onde o artista descreve como um meio que carece de maior representação nas letras da música. ;Precisamos falar da realidade desses meninos que moram na periferia também;, comenta.
É com esse discurso que a banda acaba de lançar o CD Todo sonhador é viciado em esperança, que conta com 14 faixas, todas escritas por Marcelo. A música que dá o nome ao disco possui alta carga de protesto, quando versifica ;Já foi em Brasília, conhece o palácio? Depois do palácio existe um lixão, e depois do lixão tudo vira favela, e depois da favela somos todos iguais;. O álbum foi gravado em Santos, produzido por André Freitas. Em 12 de setembro, a banda desembarca em Brasília para divulgar o novo trabalho no festival Quaresmada.
[SAIBAMAIS]
O norte para o vocalista parece residir na expressão ;não se conformar;. Marcelino ressalta que o rock precisa voltar a beber das próprias origens, dar valor ao conteúdo das letras e abraçar os próprios objetivos se quiser mudar a atual situação. ;No Brasil, o ritmo atua meio como contracultura mesmo. As bandas que tiveram mais acesso à mídia também pecaram. Parece concurso de Miss Brasil, é tudo bonitinho demais. Perdemos identidade quando o discurso ficou vazio. O rock tem se transformado em um sertanejo com guitarra.; Enquanto fala, Marcelino cita nomes como os de Raul Seixas, de Cazuza, de Renato Russo e até Chorão, explicando que, cada um à sua maneira, conseguiu alcançar a própria poesia sem abrir mão de uma postura de contestação.
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