Diversão e Arte

Mostra Frida Kahlo Conexões entre Mulheres está confirmada para 2016

Surrealistas mexicanas, do Instituto Tomie Ohtake, ocuparão Caixa Cultural

postado em 15/08/2015 07:48

Frida Kahlo: toda a vida retratada em quadros

Em sua viagem ao México, em 1938, o poeta francês André Breton ficou deslumbrado com as pinturas de uma, até então, desconhecida para o mundo das artes, Frida Kahlo. O líder do surrealismo na Europa não poderia imaginar que sua anfitriã no país latino-americano criasse obras tão repletas de símbolos ; naquele ano, ela pintava Lo que el agua me ha dado, autorretrato no qual representou-se deitada em uma banheira de onde emergiam pequenas cenas, como memórias, sobre seu corpo (e dele o espectador pode ver apenas seus pés).

Apesar do entusiasmo de Breton, que arranjou para Frida sua primeira exposição individual, na galeria de Julien Levy, em Nova York, a artista recusou o título de surrealista. ;Não pinto sonhos e fantasias, pinto minha realidade;, ela teria dito.

Entre tantas histórias, formou-se o mito de Frida Kahlo (1907-1954) ; ela gostava de afirmar, por exemplo, que havia nascido em 1910 para que a data coincidisse com a Revolução Mexicana. Por outro lado, a pintora estampou sua biografia nas obras.


Abortos, traições do marido, o pintor Diego Rivera (1886-1957), a relação de dor com um corpo debilitado pela poliomielite contraída na infância e pelo acidente de ônibus, que anos depois, lhe causou lesões na coluna e no útero, são passagens representadas em seus quadros. Entretanto, com a inauguração, em 27 de setembro, da exposição Frida Kahlo ; Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, no Instituto Tomie Ohtake, o público poderá aproximar-se não apenas do universo da mexicana, como também da vida e produção de outras 15 importantes criadoras.

Outros pintores

Trata-se de um projeto de fôlego. Até o momento, estão confirmadas 19 pinturas e 13 obras sobre papel de Frida Kahlo para a mostra, que, em 2016, também será apresentada na Caixa Cultural do Rio (de 2 de fevereiro a 27 de março) e na Caixa Cultural de Brasília (de 12 de abril a 12 de junho). Orçada em R$ 9,5 milhões, a exposição traz, na verdade, uma centena de obras e promove a oportunidade de o Brasil receber trabalhos de surrealistas reconhecidas ; mas nem tão populares ; como Leonora Carrington, Remedios Varo, Maria Izquierdo e Lola Álvarez Bravo.

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