Duas expectativas se encontram a partir de hoje nas telas dos cinemas da cidade, e fora delas: o brasiliense Iberê Carvalho lança o primeiro longa-metragem da carreira, O último cine drive-in, enquanto os cinéfilos da capital terão acesso a filme bastante premiado no Festival de Gramado, e que defende um verdadeiro monumento da capital ; o quarentão e resistente cinema a céu aberto. ;O filme teve suas recentes conquistas justamente por causa da simplicidade e pelo fator de surpresa para as pessoas. Talvez, por não esperarem um filme de Brasília que não falasse necessariamente da construção da cidade ou que não tocasse em política;, observa Iberê que, depois uma pré-estreia no Cine Brasília, pretende dar fôlego ao novo filme, com o boca a boca de uma sessão noturna no próprio Cine Drive-in (hoje, a partir das 20h, com festa, na sequência da exibição).
Iberê Carvalho não esconde a ansiedade de ver como os brasilienses receberão a fita, um drama com fortes doses de humor, e que fala de valores familiares. Evitar a dicotomia do chamado filme de arte, em contraste com as produções comerciais foi método para ele, que buscou diálogo entre as duas percepções. ;No meu primeiro trabalho, não quis inventar linguagem nenhuma. Contar uma história bem-feita já era um grande desafio. Quis fazer um filme que chegasse ao público, sem subestimá-lo. Isso foi até a justificativa para a vitória, no âmbito da crítica, do filme, em Gramado. Quis manter um ritmo mais próximo da vida, sem aquele andamento alucinado usado para não perder espectadores;, analisa.
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Perseguir uma narrativa clássica, com curva dramática, deixou o diretor suscetível a preconceito. ;A gente, no Brasil, olha para nossas produções com o olhar de fora. Sob o olhar do exótico, queremos ver o espetacular, e encontrar um gênio, a cada filme. O filme emociona mais, se vier da Eslováquia, do Uruguai ou do Chile;, brinca. Assumidamente nostálgico ; ;dá pra ver isso na fita; ;, Iberê enfatiza que começou no cinema, ainda na época do vigor da película, em contraste com a tendência contemporânea do cinema digital. ;Os processos mudaram para melhor, e pior: temos maiores facilidades e liberdades, com custo menor, mas tenho a impressão de que critério e rigor diminuíram, pelas facilidades;, diz.
O último cine drive-in
Sessões regulares, a partir de amanhã. Hoje, no Cine Drive-in, às 20h, mas com abertura dos portões a partir das 18h. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 5 (individual, para quem estiver dentro de carro antigo). Animação com DJs do Criolina. No local, haverá food truck.
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