Agência France-Presse
postado em 19/08/2015 11:29
[VIDEO1]O conto filosófico "O Pequeno Príncipe", de Saint-Exupéry, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (19/8), depois de já ter sido exibido no Anima Mundi, agora na forma de uma animação que traduz a visão particular do diretor Mark Osborne, preservando, no entanto, sua mensagem universal.
Depois de muito refletir, o cineasta americano acabou por encontrar a solução para adaptar ao cinema este ícone da literatura, um dos livros mais traduzidos no mundo, sem trair a obra original. Ele inventa uma história ao redor do conto e decide que o aviador sobrevive para contar sua história.
[SAIBAMAIS]Já um senhor de idade, ele passa seu tempo a observar as estrelas com seu telescópio. Uma noite, percebe que uma menina, sua pequena vizinha, estuda em seu quarto e a envia um avião de papel no qual escreve as primeiras linhas de uma história.
A obra original de Saint-Exupéry é "difícil de adaptar, ela é íntima e frágil e a inteligência de Mark Osborne foi inserir o romance em uma história mais ampla", explicou Dmitri Rassam, o coprodutor francês do filme com Anton Soumache. Curiosa e estudiosa, a menina se esforça para responder às expectativas de sua mãe, mas está inquieta com a ideia de crescer.
Uma comovente amizade nasce entre ela e o aviador que, a cada dia, conta um novo episódio da vida do Pequeno Príncipe, este jovem menino loiro de echarpe ao vento que ele encontrou há muito tempo no deserto quando seu avião quebrou.
A cada página, o olhar da menina sobre a vida muda. E muda também ao longo dos encontros que o Pequeno Príncipe teve durante sua vida, como a Raposa e a Rosa.
Alegoria sobre a infância
Grandes atores concordaram em emprestar suas vozes aos diferentes personagens nas versões em inglês e francês do filme, como Jeff Bridges, Benicio del Toro, Marion Cotillard (a Rosa em ambos os idiomas), Vincent Cassel (Raposa) e André Dussollier que interpreta o aviador.
No Brasil, Marcos Caruso dá voz ao aviador e Larissa Manoela à menina. "Esta é uma tremenda alegoria sobre nossa infância e o desejo de que ela não desapareça", explica André Dussolier.
A ideia do filme, que custou 57 milhões de euros, surgiu há 10 anos na cabeça de Dmitri Rassam, que levou mais cinco anos para concluir o projeto. O tempo foi necessário para convencer o diretor, assim como os descendentes de Saint-Exupéry, e solucionar a questão dos direitos legais do romance. "É realmente uma obra universal".
"O filme encontrou um eco muito forte, como o livro que meus pais liam para mim quando eu era pequeno", diz o coprodutor de 33 anos, que é filho de Jean-Pierre Rassam, também produtor de cinema (falecido em 1985) e da atriz Carole Bouquet.
Quase 250 pessoas trabalharam no filme para o qual foram utilizadas duas técnicas de animação: as imagens em 3D produzidas por computação gráfica e "stop motion", onde pequenas figuras de papel são filmadas e animadas quadro a quadro.
Uma técnica mais tradicional que permite permanecer fiel ao texto de Saint-Exupery e próximo de seu desenho, segundo os produtores do filme. Anteriormente, a história teve uma clássica versão com atores de carne e osso dirigida por Stanley Donen, em 1974, e que contou com nomes como Bob Fosse, vivendo a cobra, e Gene Wilder, no papel da raposa.