Diversão e Arte

Artistas e pesquisadores comentam os 50 anos da Jovem Guarda

Movimento marcou a história da cultura e a sociedade brasileira dos anos 1960 em diante

postado em 23/08/2015 07:36
Roberto, Wanderléa e Erasmo: destaque do programa Jovem Guarda, que revolucionou uma geração

O mês de agosto marca os 50 anos de um dos maiores movimentos culturais da história da música no Brasil. Mais do que apenas um programa de televisão ou o nome de um CD, a Jovem Guarda foi uma revolução no comportamento, na atitude e no surgimento de uma cultura pop brasileira. Nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani, Renato e seus Blue Caps, Lafayette, entre muitos outros se consagraram ao cantar e tocar músicas da juventude para a juventude, estabelecendo um marco de mudanças na sociedade dos anos 1960 em diante.

;O maior legado da Jovem Guarda foi ter dado início ao pop. Havia alegria, descompromisso e um lado romântico;, aponta Marcelo Fróes, produtor musical e pesquisador. Ele é autor do livro Jovem Guarda ; em ritmo de aventura, referência nacional sobre a temática. Fróes afirma que a Jovem Guarda surgiu como um contraponto às músicas com temas mais ;tristes; do Brasil naquele momento. ;Acusavam a JG de ser nociva, de não ser engajada, e tudo mais. Não era a proposta deles. Não é porque se está em um momento de extrema confusão política que se deve fazer letras de protestos, ou que, por não fazê-las, sejam alienados;, comenta o especialista. ;Foi muito mais que um movimento, arrebatou toda a juventude brasileira.;

Jerry Adriani, um dos símbolos da JG, tendo apresentado programas como Excelcior a go go, teve início na carreira artística ainda no ano de 1964, com o LP O italianíssimo. O cantor comenta o preconceito que existia em torno do teor das canções, manifestado por outros segmentos culturais, como a bossa-nova. ;Existia um patrulhamento ideológico contra nós, diziam que não éramos engajados politicamente. A gente protestava contra a caretice. Fizemos parte de uma revolução no comportamento, na atitude, nas roupas e no cabelo;, explica. Ele afirma que a única parte ruim de toda a história da JG foi ter de lidar com questões como a passeata realizada contra o movimento, quando se protestou contra o uso da guitarra elétrica e a suposta americanização da música brasileira.

[SAIBAMAIS]

Mitos e verdades
Paulo César de Araújo, escritor responsável pela polêmica biografia Roberto Carlos em detalhes, afirma que a JG é um campo de análise repleto de mitos e equívocos que se perpetuaram por longa data. ;Procuraram reduzi-la, tratá-la como algo extremamente mercadológico. A Jovem Guarda mudou os rumos dos acontecimentos musicais no Brasil. Se foi para o bem ou para o mal, não entro nesse mérito.; Ela demonstra que o movimento criou uma sonoridade original para a época, gerou uma mudança comportamental e na postura da juventude brasileira. ;Existe uma importância também nas consequências geradas, além das próprias obras que os artistas criaram.;

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