;Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito;, já dizia Oscar Niemeyer, arquiteto que desenhou as tão conhecidas e inspiradoras curvas da arquitetura brasiliense. Se Niemeyer modificou a paisagem urbana e trouxe poesia para o concreto da capital, alguns artistas resolveram se relacionar, nos dias de hoje, com essa criação e modificar os espaços a partir da relação entre corpo e cidade.
O projeto Ideias Nuas, do fotógrafo Henrique François (28), mostra o nu e as curvas de mulheres que se relacionam com os pontos turísticos de Brasília, enquanto o projeto 3instantes, da atriz e coreógrafa Juliana Drummond, prefere focar na cidade desconhecida, com bailarinas que desenham seus corpos nos espaços perdidos entre o cotidiano urbano. ;Pensamos em um trabalho que pudesse envolver o corpo e a arquitetura. Já que Brasília tem essa plasticidade, resolvemos aproveitar;, conta a atriz.
Drummond declara ainda que queria fazer um projeto que envolvesse as redes sociais, que se tornaram um grande meio de divulgação para artistas ampliarem a visibilidade de seus trabalhos, além de colaborar com o movimento de ocupação da cidade. ;As redes tornam o acesso à arte mais viável e queremos mostrar aquilo que a cidade oferece no cotidiano. Por isso, se chama instante, é feito naquele momento em que mudamos nosso olhar, nossa perspectiva de algum lugar ou ambiente e transformamos nessa conexão do corpo com os espaços urbanos;, afirma.
[SAIBAMAIS]Quando as três bailarinas não estão juntas para fotografar, aproveitam para trazer cliques de desconhecidos ao seu trabalho. Juliana conta que, muitas vezes, escolhe o local, encontra um bom enquadramento e convida algum transeunte para fazer a foto. ;Eu o deixo livre para registrar o momento e tento mostrar o que ficaria mais legal, que tipo de ângulo pode se destacar na foto, é uma maneira de se integrar ainda mais com esse cotidiano da cidade;, conta a atriz.
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