Diversão e Arte

Festival de Brasília do Cinema Brasileiro comemora 50 anos

Mais uma vez, Brasília terá a oportunidade de aplaudir, vaiar e celebrar o cinema nacional

Ricardo Daehn
postado em 13/09/2015 07:34

Big Jato: longa-metragem de Claudio Assis, diretor premiado em outras edições, engrossa a disputa

O maior e mais tradicional evento cultural de Brasília ainda não começou, mas já deu o que falar. No que tange à programação, artistas e acadêmicos da capital federal se manifestaram negativamente pelas redes, cobrando um repertório mais democrático. De acordo com eles, a curadoria preteriu cineastas mulheres, que aparecem de forma menos expressiva nesta 48; edição e nos 50 anos de festival (o evento foi suspenso durante um período na ditadura militar). Seja como for, mais uma vez, Brasília terá a oportunidade de aplaudir, vaiar e celebrar o cinema nacional. As polêmicas atuais logo serão substituídas pelos debates e discussões gerados pelos longas, médias e curtas;metragens.

Figura de ponta, quando o assunto são as polêmicas, um dos diretores selecionados, Claudio Assis está à frente de Big Jato, longa estruturado em paralelo à própria escrita do livro de Xico Sá no qual se baseou. ;Na tela, não deixa de ser ele, Claudio Assis, só que menos ácido. Houve, no roteiro, uma liberdade muito grande. Trabalhar com Claudio Assis não é conflitante, tende para o cooperativo. E, agora, ele está mais lírico;, antecipa o corroteirista Hilton Lacerda. Xico Sá emprega, na escrita, um alter-ego, recriado protagonista no filme. ;Trata-se de um rito de passagem. Uma metáfora para o início da vida de um menino de 15 anos;, sublinha Lacerda.

Se há desconforto no aspecto de gênero representado na seleção, o mesmo não pode ser dito sobre a pluralidade das fitas. A heteronormatividade, a infância e a solidão fazem parte do pacote de seis longas em competição. ;Priorizaram a diversidade e, como venho de uma cena do cinema brasileiro com poucos recursos, estar em Brasília, pela primeira vez, me deixa lisonjeado;, comenta Cristiano Burlan, que defenderá o longa Fome. Para ele, o festival se apresenta como uma incógnita. Prêmio, como percebe, é ;a cereja do bolo;. Até nisso, o diretor do filme em preto e branco, centrado na terceira idade, impõe caráter político. ;A predisposição para se expressar, em cinema, pressupõe política;, reforça.

Estreia

O interior do país, em contraste com metrópoles urbanas, também desenha rumos para a nova edição do festival de Brasília de cinema. Com o primeiro longa de ficção, A família Dionti, o cineasta Alan Minas tem a sensação de cumprir missão ; ;eu sonhei em fazer a estreia do longa em Brasília;. Focado na primeira paixão de um adolescente morador do interior de Minas Gerais, o filme tem contornos fantásticos, já que envolve tipos que se derretem de paixão e outros personagens circenses, capazes de jogar com verdades e mentiras.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação