Quando escreveu o primeiro livro da série Becky Bloom, Sophie Kinsella queria apenas tratar de um universo que conhecia bem. Depois de quatro anos mergulhada em romances mais, digamos, sérios, assinados com o nome real, Madeleine Wickham, ela desejava algo mais leve e familiar. Formada em economia em Oxford (Inglaterra), e autora de sete romances anteriores à série, Madeleine provara ser capaz de fugir das referências autobiográficas e escrever sobre coisas que não conhecia. Quando criou Becky Bloom, estava livre. Virou fenômeno da chicklit, gênero de literatura feminina leve e romântica. ;Eu sabia que Becky Bloom era diferente dos livros que eu havia escrito e pensei que talvez ninguém fosse compreender a personagem ou o humor do livro;, conta a autora, que lançou ontem, na Bienal do Rio de Janeiro, o 16; livro da série, Becky Bloom em Hollywood.
A personagem doentiamente consumista já vendeu mais de 250 mil exemplares. É um fenômeno editorial que provoca filas e, sobretudo, identificação por parte das leitoras. Jornalista viciada em compras, Becky precisa lidar com todas as consequências de suas extravagâncias. É bastante diferente de Sophie, embora a autora não tenha hesitado em inserir elementos autobiográficos nas aventuras vividas pela protagonista. A série fez tanto sucesso que o primeiro livro deu origem ao filme Os delírios de consumo de Becky Bloom.
No Rio, a autora lança ainda À procura de Audrey, primeira incursão no universo da literatura para jovens adultos. Mãe de quatro filhos, aos 46 anos, ela acredita ter sido confrontada com questões que interessam aos adolescentes, por isso, escreveu o romance sobre uma menina de 14 anos à beira da depressão por conta de bullying. ;Acho que estamos discutindo essas questões com mais frequência, particularmente na literatura, o que é ótimo. Foi uma das razões pelas quais eu queria escrever sobre ansiedade social;, explica. Abaixo, Sophie Kinsella conta como decidiu mudar de área, como encara esse tipo de literatura considerada uma subcategoria do romance e o que a motiva a continuar a história inesgotável de Becky Bloom.
Mudança de rumo
Eu sabia que Becky Bloom era diferente dos livros que havia escrito e pensei que, talvez, ninguém fosse compreender a personagem ou o humor do livro. Eu queria que fosse julgado pelos seus próprios méritos, então meu agente o levou ao editor com o pseudônimo e fiquei emocionada quando a editora, Linda, gostou do livro sem saber que era meu. Ela não acreditava que eu havia mantido isso sob segredo. Meus romances anteriores eram essencialmente dramas com um pouco de comédia, mas, com Delírios de consumo de Becky Bloom, eu queria mergulhar profundamente e ridiculamente na comédia. Eu queria escrever o tipo de livro que me faria rir, mas não tinha ideia se faria outras pessoas rirem ; por isso fiquei um pouco nervosa.
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