"Brasília são as ruínas/ de machu picchu invertidas,/ cuzco reconstruida,/ tiahuanaco inacabada,/ pirâmide de teotihuacán ao contário,/ palácio do altiplanalto,/ cidade perdida dos candangos;. Mato-grossense de origem alemã, Nicolas Behr chegou a Brasília em meados de 1970. O primeiro contato que teve com a cidade gerou estranheza, mas logo fez da sensação de um lugar novo e esquisito, poesia.
Hoje, depois de 40 anos respirando e observando a cidade das utopias, Behr uniu os poemas que escreveu para e sobre Brasília nas 192 páginas do livro Brasilyrik, no qual homenageia a essência familiar com a tradução dos versos para o alemão. A obra, que demorou cinco anos para ser traduzida por Timo Berger, será lançada hoje, às 10h, no Viveiro Pau-Brasília.
Para o poeta, a paixão de escrever sobre a capital veio dos conflitos e das críticas que vivenciou com a musa. ;Quando cheguei aqui, Brasília me feriu muito, doeu ver uma cidade artificial, uma maquete, então ela me machucou e eu a machuquei também. Mas hoje, não tenho como compará-la com nenhuma outra cidade, ela é minha folha em branco;, acrescenta.
;Eu devo muito a Brasília, se não fosse ela, não seria poeta;. Brasilyrik é uma antologia de poemas de Nicolas, que tem uma série de livros lançados nos últimos anos, como Poesília, Braxília, Brasilíada e A teus pilotis, descrevendo uma visão peculiar da cidade. Na nova e maior obra, o escritor selecionou alguns de seus versos favoritos e os colocou no livro bilíngue. ;Fiquei emocionado quando vi a versão traduzida, o alemão é uma língua muito interessante, que tem precisão científica, racionalismo e lógica, proporciona uma forma diferente de mexer o cérebro e pensar; , completa o escritor.
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