Comédia, drama, aventura, romance...se forem fazer um filme sobre a história de Vítor Melo, será difícil categorizá-lo em um único gênero. A jornada do músico brasiliense de 26 anos começou a ganhar contornos cinematográficos há quatro anos, quando ele foi diagnosticado com um AVC hemorrágico e teve que passar por um longo tratamento, de quase dois anos, que envolveu cinco cirurgias.
;Antes disso, eu cheguei a me matricular em química na UnB, mas nunca fui para nenhuma aula. Depois, fiz três semestres de direito e também não conclui. Acabei me formando em administração pública só pra ter um curso superior em qualquer coisa. Como pode ver, eu trouxe muita alegria pra minha família;, explicou, com bom-humor, Vitor, ao Correio, falando sobre como era sua vida antes de levar o susto que o fez apostar no seu sonho: a música.
;Eu sempre soube que era o que eu queria fazer, mas nunca tive coragem o suficiente pra tentar viver exclusivamente disso. A partir daí, resolvi não perder mais tempo fazendo o que eu não queria e aqui estou;. Aqui é Pasadena, um condado em Los Angeles, na Califórnia, onde Vítor mora há quase três anos, auxiliado por uma bolsa de estudos oferecida pela Los Angeles College of Music (LACM), onde se graduou e agora trabalha, além de eventuais bicos como professor particular.
Na estrada
;Toquei em casas históricas de Los Angeles, como o House of Blues e o Troubador. Porém, o principal trabalho foi com o Leroy Miller, ex-guitarrista da banda Smash Mouth, que já gravou com o John Mayer e há algum tempo vem investindo na carreira solo. Acabamos de voltar de uma turnê que passou pelo Arizona, Colorado e Novo México. Também colaborei, recentemente, com a Sheila Majid, que é uma superstar asiática e veio se apresentar nos Estados Unidos em comemoração aos 25 anos de carreira;, detalha.
No momento, Vítor iniciou o processo para um tipo de visto destinado para artistas e atletas, o qual ajudaria muito a sua vida profissional em terras estrangeiras. ;É bastante difícil viver longe da família e dos amigos, mas a situação pelo qual passei me deu uma certa de inconsequência que me encorajou. Uma série de coisas poderia ter dado errado, ninguém levava a sério, mas estou tentando fazer o melhor que posso com as ferramentas que tenho aqui;, reflete.