Beirão grava, neste domingo (4/10), a partir das 10h, no Parque Três Meninas, em Samambaia, o DVD 35 anos de forrock. A música dele mistura rock e baião, heavy-metal e coco, Mick Jagger e Luiz Gonzaga, John Lenon e Jackson do Pandeiro: ;Vim do Ceará adolescente direto para Brasília. De modo que sou uma mistura de Lampião com Oscar Niemeyer. Trouxe uma carga de cultura nordestina e, ao mesmo tempo, sou da geração da Legião Urbana, da Plebe Rude, do Capital Inicial, dos shows no restaurante Bom Demais, de Cássia Éller. Em carta de um marginal, eu transformei uma cantoria de Lucas Evangelista em um heavy-metal. É a história de um adolescente que se torna marginal;.
A relação com o rock veio desde a adolescência quando Beirão ouvia canções dos Beatles e dos Rolling Stones na casa de um tio arquiteto, ligado aos movimentos de esquerda: ;Ouvi, também, pela primeira vez, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Gordurinha. O Bom Demais era uma loucura total, tinha Cássia Eller e Renato Russo. Fiz concertos tanto de rock quanto de forró. Só que agora estou regravando as minhas composições para registrar o material de compositor. Tive muita dificuldade, precisei viajar muito pelo interior do Brasil, por outras capitais do Brasil e do mundo. Toquei em Amsterdã e em Berlim. Ao mesmo tempo, mais recentemente, fiz muitos shows de forró pé de serrra. Então, misturo tudo isso na minha música;.
Para Beirão, a figura do cangaceiro Lampião é um símbolo da revolta contra as desigualdades sociais do Brasil. Ele compôs uma canção intitulada Lampião envenenado, em que trata da versão popular de que o rei do cangaço teria sido assassinado por ter bebido água com uma porção letal.:;A moinha música fala de tudo isso, dos mitos do nordeste, misturados com a questão social e com a eletricidade da canção pop;. Beirão percebe o Brasil envolvido, ao mesmo tempo, no avanço e no retrocesso: ;O avanço é a tecnologia; o retrocesso é o pedir a volta da ditadura. Meu partido é a democracia.;
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