Diversão e Arte

Karina Buhr dedica novo disco às mulheres guerreiras

Baiana de origem pernambucana e criação feminista desde que nasceu, Karina Buhr celebra a força de mulheres guerreiras em Selvática, lançado na última semana

Rebeca Oliveira
postado em 05/10/2015 07:34

Karina Buhr: mulheres são maioria tratada na condição de minoria

Baiana de origem, pernambucana de criação e ;feminista desde que nasceu;, Karina Buhr celebra a força de mulheres guerreiras no terceiro disco, Selvática, lançado na última semana. Como toda obra com assinatura da artista ; que também é atriz, escritora, compositora e ilustradora ;, o novo projeto é inteiramente autoral e fala de afeto, mas também de violência. Algumas delas, inclusive, não se limitam à esfera sonora.

O álbum causou burburinho pouco antes de chegar ao mercado. A imagem da capa do disco, que traz Karina com os seios à mostra, foi censurada pelo Facebook. Uma amiga que compartilhou a foto foi banida da rede por 30 dias. A reação da cantora veio acompanhada da indignação de milhares de fãs e até do Ministério da Cultura, que criticou a atitude da rede social em nota divulgada a imprensa. ;O tiro do Facebook saiu pela culatra. O que começou como censura machista, virou um belo e profundo debate sobre censura e machismo;, conta Karina em entrevista ao Correio.

A inspiração para o nome do disco veio do livro bíblico Gênesis. ;Fiz um paralelo entre os animais selváticos e as mulheres. Das mulheres também serem selváticas e reescreverem a história de violência;, afirma. A figura feminina passou por inúmeras transformações da época em que os textos sagrados foram escritos até os tempos modernos. Mas, na opinião da cantora, muitas coisas ainda não mudaram. ;As mulheres são tratadas ainda como exceção. A gente é uma maioria tratada como minoria. Todo tempo ouço que ;a figura da mulher; está no centro da sua narrativa. Imagina alguém falando isso pra um homem? ;A figura masculina está no centro de sua narrativa;. Os homens continuam sendo os donos das narrativas, os chefes, os protagonistas;, lamenta.

As composições de Selváticas não se limitam a questões de gênero. Karina aborda tópicos como a especulação imobiliária e a verticalização urbana em Cerca de prédio, numa clara referência ao Ocupe Estelita, movimento social que defende um marco histórico na capital pernambucana. Apesar do engajamento, Buhr afirma não se tratar de um disco-manifesto. ;É poesia. No meio dela, questões como essa da gentrificação das cidades, especificamente Recife;, conta.

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