Diversão e Arte

Giselle Rodrigues volta a encarar o público no espetáculo Fio a fio

Celebrada coreógrafa, diretora e bailarina brasiliense estava há 20 anos longe dos palcos

postado em 08/10/2015 07:40

Édi Oliveira divide a cena com a ex-professora e atual parceira de trabalho em Fio a fio

Uma conversa com Giselle Rodrigues não revela, por inteiro, a força artística que reside naquele corpo e naquela mente inquieta. A voz surge calma, as palavras fluem por entre gestos delicados. Um olhar cativante e acolhedor. No palco, a dançarina carrega os mesmos atributos, mas desdobra-se sob outras provocações. O contorno corporal, a forte expressão facial, a pungência dos movimentos. Giselle Rodrigues chega ao espectador como uma porrada. Daquelas que deixam marcas.

Nos últimos 20 anos, no entanto, foram poucos os privilegiados a testemunhar o vigor da bailarina e coreógrafa. Há duas décadas, Giselle se dedica à direção, pesquisa e criação. Durante esse período, debruçou-se primordialmente sobre o núcleo de dança contemporânea baSirah e entregou a Brasília, enquanto diretora, espetáculos contundentes como Sebastião, Uroboros e De água e sal. Todos queriam trabalhar com ela e Giselle fez escola na dança do Distrito Federal.

Eis que os movimentos na coxia não lhe bastam mais. Ela sentiu sede de palco. Uma vontade de exercer o que ensinava pelas salas da Universidade de Brasília (UnB), um anseio de redescobrir o corpo, um querer irrevogável de reencontrar o público. No espetáculo Fio a fio, Giselle se depara com a plateia pela primeira vez em 20 anos.

;Lá trás, tive medo de voltar. Talvez por conta da expectativa, não sei. Mas não mais. Quero pisar naquele palco e levar meu trabalho adiante, sem a necessidade de provar nada;, conta em entrevista ao Correio. Na peça, que evoca as diretrizes e premissas do teatro-dança, a bailarina e atriz traz à tona uma abordagem poética sobre a velhice. Ao lado dela, o ex-aluno e dançarino Édi Oliveira, um dos mais expressivos nomes da nova geração da dança brasiliense.

Fio a fio

Concepção, coreografia e interpretação de Giselle Rodrigues e Édi Oliveira. No Teatro Sesc Garagem (913 Sul). Hoje e amanhã, às 20h30. Sábado e domingo, às 17h e às 20h30. Ingressos a R$10 (meia-entrada). No dia 4 de novembro, apresentação no Sesc Ceilândia, às 16h e às 20h. Dia 11 de novembro, apresentação no Sesc Gama, às 16h e às 10h. Entrada franca. Não recomendado para menores de 14 anos.

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