Diversão e Arte

Othon Bastos: "Yoná Magalhães era uma pessoa alegre, divertida"

Atriz morreu na manhã de ontem, aos 80 anos, no Rio de Janeiro

Rebeca Oliveira
postado em 21/10/2015 07:00
Último trabalho da atriz na tevê foi em 2013
Morreu na manhã de ontem, aos 80 anos, a atriz Yoná Magalhães. Ela estava internada desde 18 de setembro na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e encontrava-se na CTI do hospital, onde foi submetida a uma cirurgia para corrigir uma insuficiência cardíaca. Segundo nota, as causas da morte foram complicações pós-operatórias. Yoná Magalhães é uma das pioneiras no elenco da Rede Globo ; e foi a primeira mocinha da emissora, ao dividir cena com o galã Carlos Alberto na telenovela Eu compro essa mulher. Ela também passou por Bandeirantes e Tupi. A atriz deixou marcas relevantes no teatro ao atuar em produções de conhecidos dramaturgos nacionais e estrangeiros, como Nelson Rodrigues (Vestido de Noiva) e Bertolt Brecth (Terror e Miséria).

Uma das obras que a fizeram despontar nacionalmente foi justamente um dos poucos filmes que fez (no total, foram cinco produções). Trata-se do longa Deus e o diabo na Terra do Sol (1964), dirigido por Glauber Rocha, considerado uma das obras-primas do cinema brasileiro. Yoná gostava de afirmar que, nas gravações, não fazia ideia da grandiosidade da obra de que estava participando, um clássico do Cinema Novo. ;Glauber impressionou diretores e críticos europeus com Deus e o diabo na terra do sol, filme cheio de uma selvagem beleza;, afirmou.
[SAIBAMAIS]
Além de um marco na carreira de Yoná, o longa Society em baby-doll foi um divisor de águas para a atriz Marieta Severo. No filme, ela fez a estreia no cinema, em 1965. Em entrevista ao Correio, no mês passado, Marieta relembrou o clima do set de filmagem. ;Por acaso, fui acompanhar uma amiga que ia a um teste para o filme Society em baby-doll. Era nada menos que Luiz Carlos Maciel na direção, e um elenco maravilhoso ; Nathália Timberg, Ítalo Rossi, Sérgio Britto, e a excelente Yoná Magalhães;, recordou-se Marieta. Desde aquela época, Yoná já era considerada uma referência para atores iniciantes. ;Deparei-me com uma intérprete de um nível altíssimo, mas muito generosa comigo, que estava apenas começando;, relembrou Marieta.
Confira o depoimento exclusivo do ator Othon Bastos

;Conheci Yoná Magalhães na cidade de Monte Santo, em 1963, nas gravações de Deus e o diabo na terra do sol. São 52 anos de amizade! Depois, fizemos outras novelas juntos, como Os imigrantes. Ela era uma pessoa alegre, divertida e uma mulher muito, muito bonita. Não fazíamos ideia do sucesso que seria o filme de Glauber Rocha, mas trabalhamos com muito empenho.
Só tivemos noção da dimensão do longa na estreia no Cine Ópera, no Rio de Janeiro, em uma sessão para amigos e críticos. Ele se tornou um primor porque conseguiu juntar o trabalho de pessoas incríveis, como Yoná, à direção do Glauber, à época com seus 20 e poucos anos.
Após as gravações, eu fui para São Paulo e ela, para o Rio. Nós nos encontramos novamente para filmar Roque Santeiro. Conversávamos bastante e nos víamos com frequência. Ao lado dela, havia muita camaradagem, alegria. Era uma pessoa divertida e muito querida dentro de um set. Todos a queriam por perto.;

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