Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Tema de curta brasiliense, Paranoá se destaca por projetos socioculturais

O filme 'A vida tem dessas coisas', de Januário Jr., tem como protagonista o ator Marcello Melo Jr.

Recentemente gravado no Paranoá, o curta-metragem A vida tem dessas coisas, de Januário Jr., colocou o bairro em evidência. A escolha de gravar na região se deu porque ;todas as notícias que saem sobre lá são negativas e eu queria mostrar o lado humano e belo;, explica o diretor, que mora no Paranoá desde 2009.

O protagonista do filme é interpretado pelo ator global Marcello Melo Jr., o que, segundo Januário, é mais uma tentativa de suscitar a visibilidade do bairro: ;A história é muito bacana e não queria que o filme fosse só mais um curta;. O interesse do diretor em exaltar o Paranoá não é por acaso. A região é um celeiro de projetos socioculturais - com cerca de 25 em funcionamento - e ele próprio está envolvido em alguns.

O Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (Cedep), por exemplo, cedeu espaço para a produção do filme. ;Como o Januário ajuda algumas iniciativas nossas, demos esse suporte;, conta Leila Maria de Jesus, presidente da instituição, que, desde 1987, promove atividades culturais na região. No Cedep, cerca de 300 pessoas são atendidas por professores voluntários de recreação infantil, de inglês e de inclusão digital, de oficina de mosaico e dança afra.

[SAIBAMAIS]Há oito anos, a Associação Cultural Música e Cidadania desenvolve projeto voltado para a música erudita. Criada a partir da experiência bem- sucedida da orquestra Brasília Sopro Sinfônica, a iniciativa atende 178 jovens de 7 a 17 anos na Casa da Música, espaço cedido pela administração do Paranoá.

Os jovens que ingressam têm um mês de aula teórica e, a partir do resultado da prova, escolhem o instrumento que desejam aprender a tocar. ;Temos 150, e os mais concorridos são o violino, o saxofone e a flauta transversal, que não tem pra todo mudo;, explica Cláudia Fonseca, produtora executiva.

Daiana Andrade, 17, faz parte do projeto desde 2011 e, há um ano, é trompetista da Brasília Sopro Sinfônica. Quando entrou, mal sabia distinguir os instrumentos. ;A Casa da Música é tudo pra mim, é onde passo a maior parte do meu tempo;, conta.

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