Quando moleque, ele passava por debaixo da lona para assistir ao circo. Não tinha dinheiro para o ingresso, mas não perdia uma apresentação. Filho de uma família simples santista, Gustavo Lobo sempre gostou de uma acrobacia. Aos 7 anos, ingressou na ginástica artística e logo chamou a atenção. Chegou à Seleção Brasileira, orgulhou o país e acabou seduzido por uma vertente mais artística da expressão física. O atleta virou ator.
O Cirque Du Soleil reparou e o arrematou. Gustavo integrou dois espetáculos do mais conhecido circo do planeta, além de uma das maiores empresas do entretenimento mundial. Aprendeu, cresceu e passou por uma infinidade de países. O flerte com o lado artístico ganhou ainda mais força quando passou a trabalhar com o coreógrafo e diretor suíço Daniele Finzi.
Depois de uma década no exterior, voltou para casa. Montou a própria companhia, a Rudá, e criou o primeiro espetáculo. Um sonho real desembarcou em Brasília depois de 100 apresentações pelo país. Ao Correio, Gustavo recorda o início da carreira, comenta os bastidores do Cirque Du Soleil e alerta para a necessidade de se valorizar o artista brasileiro.
Entre o picadeiro e o palco
Você passa uma década no exterior se apresentando para grandes plateias e sendo valorizado. Por que retornar ao Brasil para viver de arte?
Pelo sonho de montar uma companhia onde os artistas brasileiros sejam reconhecidos. A maior parte dos artistas circenses sempre pensa no exterior. Dificilmente, você escuta que alguém quer integrar uma companhia brasileira. Quero mudar isso. Os grupos de fora vêm para o Brasil, cobram preços altos nos ingressos e lotam a casa. Por que uma companhia brasileira não pode receber a mesma atenção? É o meu desafio. Uma companhia circense nacional de qualidade, que tenha condições de rodar o país. Além de questionar o próprio público, que parece valorizar muito mais o que vem de fora. Temos qualidade por aqui também.
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