Desvencilhado de um roteiro antecipado, o cineasta Miguel Faria Jr. partiu para as filmagens do documentário Chico ; Artista brasileiro, com estreia nas telas em 26 de novembro, sem muitas redes de segurança. ;A gente vai com a ideia, mas não pode prever o que o Chico vai falar. O filme tem um lado que é documentário, meio jornalístico e tem outro, que é cinema, com dramaturgia e construção de roteiro. A ideia de que o filme ia ter arquivo e música já era prevista;, comenta Miguel Faria Jr. A partir de oito entrevistas, os temas floresceram. O roteiro foi gerado pelos tópicos, ;para que nada ficasse chato;.
As 20 horas de conversas deram tempo para o aprimoramento das perguntas. Quase cinco décadas de amizade, naturalmente, aproximaram Chico do realizador. Curtida em bares dos anos cariocas de 1970, a relação era fruto da mescla entre ;o pessoal de cinema e da música;. ;Éramos da mesma geração, e trabalhando com cinema, música e teatro. Em comum, por muito tempo, tivemos a bebida ; mas é hábito que não temos mais;, conta Faria Jr.
Obsessão
Se, para ele, amizade é algo tão difícil de explicar, o diretor crê que o ponto inicial foi o do respeito a diferenças. A transposição de um Chico íntegro, nas telas, foi quase uma obsessão. ;Chico é uma pessoa assim: nada tímida e muito engraçada. Ele é muito reservado. E é um cara muito escaldado, e que jé levou muita porrada, ao mesmo tempo em que foi muito elogiado. Por isso, ele é reservado, em relação a invasões. Com alguém de confiança, ele se abre: tem um comportamento normal. Numa entrevista, com 30 pessoas e perguntas indiscretas, ele trava;, avalia o cineasta.
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