Diversão e Arte

Estupro, aborto, feminismo: Jout Jout fala tudo em entrevista ao Correio

Com vídeos que ultrapassam 1 milhão de visualizações, a carioca se tornou sensação na web

Renata Rios
postado em 09/11/2015 07:33
Com vídeos que ultrapassam 1 milhão de visualizações, a carioca se tornou sensação na web
A bem-humorada Júlia Tolezano, carioca de 24 anos, mais conhecida como Jout Jout, é formada em jornalismo, mas não é por isso que a moça ganhou fama. Ela encanta o público em vídeos espontâneos no seu canal no YouTube, JoutJout Prazer, que em um ano e meio acumulou mais de 400 mil seguidores. É lá também que ela expõe opiniões e experiências sobre temas como relacionamentos abusivos e assédio. Na última semana, a página da youtuber no Facebook foi retirada do ar devido a supostas denúncias de usuários, mas, logo depois, a rede social corrigiu o problema.

Em entrevista para o Correio, a youtuber ; com muito orgulho ; fala sobre seu canal, e alguns dos temas que ela trata nele, Jout Jout também é enfatica ao afirmar que o aborto é um direito da mulher sobre o corpo e a vida dela e critica a falta de uma educação sobre o feminismo ainda nas escolas.

Entrevista // Jout Jout

Como você define um youtuber? Você se considera uma?
Eu não sei. Gosto muito dessa palavra, youtuber. É uma profissão ótima: ao mesmo tempo, você não tem chefe e tem vários. É tipo uma coisa que você já faria normalmente, sem ninguém pagar, mas você recebe para isso, o que é maravilhoso.

Existe uma cultura de estupro no Brasil. Você concorda com isso?
Eu superconcordo com isso. Como uma pessoa fica à vontade para falar as coisas sobre a Valentina (a criança do MasterChef Júnior que foi alvo de comentários pedófilos nas redes sociais)? Não há dúvida de que vivemos uma cultura do estupro.

No Brasil, um assédio que não se desenvolve para um estupro é considerado normal. Como você vê isso?
Acho horrendo. Estupro já tá normal. As pessoas falam nas redes sociais: ;Se ficar andando de sainha curta, não vou me controlar mesmo não;. Como a pessoa fala isso, gente? E se a pessoa sente a liberdade, sente que é certo falar isso, tem algo errado.

[SAIBAMAIS]Você fala em um dos seus vídeos sobre relacionamentos abusivos. Este problema atinge mais as mulheres? O que leva uma pessoa a se inserir em um relacionamento com essa natureza?
Tem muita mulher abusiva também, mas o que leva uma pessoa a se meter nisso é muito particular de cada caso; às vezes, uma insegurança, medo de ficar sozinha, ou qualquer coisa assim. Mas cada caso é um caso, é muito específico.

Você vê o aborto como uma liberdade da mulher em relação ao corpo dela, ou como um atentado à vida?
Sou supermega a favor. Quem vai definir o que vamos fazer com nosso corpo, nossa vida? Um filho compromete toda a sua vida, inteira, a partir do momento que ele nasce. Então não existe isso, meu Deus, não existe! Você decide o que fazer, decide o que você faz com seu corpo e o que você faz com a sua vida. Independentemente se você foi estuprada ou não, às vezes você não tem condições, não quer, não vai, não é bom para você ter um filho. Como você vai ter um filho, que não vai ser bom para você, e você não vai ser boa para ele?

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação