Diversão e Arte

Fitas cassetes retornam à cena por meio de selos e bandas independentes

Em grande parte, o retorno das K7 está atrelado ao crescimento de outro elemento vintage: o vinil

Rebeca Oliveira
postado em 09/11/2015 07:37
Na maior fábrica de cassetes dos EUA, crescimento nas vendas foi de 20%
Ela veio para ficar em 1963, viveu o auge nos anos 1980 e caiu no esquecimento nos anos 2000. Agora, a fita K7 ou cassete, uma senhora de 52 anos, promete voltar à ativa, em um movimento de fetiche pela nostalgia que tem invadido a indústria fonográfica. Rebobinar a fitinha com auxílio de uma caneta é uma sensação contrária à agilidade que prega o streaming e o MP3, mas ganha cada vez mais adeptos, principalmente entre as novas gerações.
Em matéria de consumo, as K7 vão bem. Elas não apenas são fabricadas, como têm dado bastante lucro. Nos Estados Unidos, a National Audio Company (NAC), uma das únicas empresas a produzir cassetes em solo americano, comercializou mais de 10 milhões de fitas no ano passado. Em 2015, a empresa registra um crescimento de 20% se comparada ao mesmo período do ano anterior.

Em grande parte, o retorno das K7 está atrelado ao crescimento de outro elemento vintage: o vinil. Muitos aparelhos que tocam bolachões têm aparato tecnológico para receber também as fitinhas. O bom momento também é impulsionado pelo interesse de selos e gravadoras independentes brasileiros em lançar bandas no formato old school.

Fita Preta K7, Vinyl Land e Inseto Tapes são exemplos de marcas que acreditam nas K7. ;Gravamos fitas para grupos do Brasil inteiro, sempre com bandas alternativas de selos independentes;, explica Max Power, da Fita Preta K7, uma manufatura que produz as fitinhas desde 2013, quando compraram um maquinário para fabricá-las. A sonoridade analógica e a imperfeição desse recurso obsoleto vira o trunfo e graça do processo. ;A K7 é um formato analógico, a vontade de cada banda é o que determina fazer mix analógico próprio para K7 ou algo digital;, completa, sobre o método de produção.

A princípio, a Fita Preta K7 seria apenas um negócio entre amigos, descompromissado com o lucro e mercado. Quando a procura aumentou, decidiram expandir a ideia. ;Ao contrário do vinil, em que é necessário um prensagem maior e com maior custo, a fita tem uma despesa menor e é feita artesanalmente. É o que mantém o romantismo das famosas mixtapes, que, creio, é o que seduz;, opina Max. Mesmo com tanto encantamento, para ele, ainda é cedo afirmar que o formato saiu das mãos de colecionadores e encontrou o grande público. ;Mas ainda faltam aparelhos para ouvi-las;, declara.
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