Diversão e Arte

Filmes retratam incertezas da juventude

Com reforço na carga da sexualidade e nos aspectos sociais e familiares, três longas trazem à tona o universo dos jovens

Ricardo Daehn
postado em 21/11/2015 07:36

Cena de Ausência: premiado no Festival do Rio
Até chegar ao ator que estrela o filme nacional Ausência, com estreia na próxima quinta-feira, o diretor Chico Teixeira passou por episódio engraçado, mas que bem ilustra a temática da fita: as incertezas reservadas a jovens. ;Quem interpretou o Serginho foi o Matheus Fagundes, que era um ator, um ;adulto; já, mesmo sem ter outras experiências. Matheus, no set, estava com os olhos brilhando, silencioso e as orelhas grandes para escutar. Mas, antes dele, teve um dos candidatos ao protagonista Serginho que me impressionou: olhava para o chão, tinha passos longos e um rosto triste. Antes das filmagens, quando pedimos que ele beijasse a atriz, ele disse que ;não topava filme pornográfico; (risos). E foi embora;, conta o cineasta.

[SAIBAMAIS]Ausência trata do universo dos adolescentes meninos, campo ;menos explorado do que o feminino, nessa fase;, pelo que opina Chico Teixeira. A mulher é mais fragilizada e rende mais em termos de roteiro; os meninos formam ;quase uma ganguezinha, à parte;, nesse período. Na tela, Serginho tem 15 anos, e emocionalmente, não é uma pessoa esclarecida, com introspecção. Rejeição e abandono fazem parte da vida do protagonista no filme que, no último Festival de Gramado, levou prêmios Kikito de melhor filme, direção e roteiro.

;Serginho não sabe se ele é gay, não sabe se gosta de meninos ou de meninas. Mas acho que gay, ele não é, senão estaria fazendo troca-troca com o Mudinho (rapaz que também trabalha na feira, no enredo do filme), ou se jogaria para o Ney (personagem paternal de Irandhir Santos): mas não são coisas que acontecem;, observa o diretor, ao abordar tópico de peso em Ausência: o aflorar da sexualidade.

Diretor do premiado Casa grande, recém-chegado ao mercado do DVD, o carioca Fellipe Barbosa sabe do peso da tradição do retrato de famílias no cinema da França e dos Estados Unidos. No Brasil, a relativa lacuna tem sido contornada, com filmes como o dele ; apontado como um dos melhores de 2015 ; e que trata do amadurecimento do personagem Jean (interpretado por Thales Cavalcanti). Além de prêmio de júri popular no Festival do Rio, a crítica elegeu a fita como a melhor, na Mostra Internacional de São Paulo.

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