Diversão e Arte

Eddie Vedder cobra punição a responsáveis pela tragédia em Mariana

Líder do Pearl Jam prometeu ajudar as vítimas do desastre em Minas e também lamentou o massacre em Paris, tocando música do grupo Eagles of Death Metal

Mariana Peixoto/Estado de Minas, Eduardo Tristão Girão
postado em 21/11/2015 10:02

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Das bandas mais engajadas do planeta, o Pearl Jam confirmou sua antiga vocação para o ativismo no show que fez na noite dessa sexta-feira (20/11) em Belo Horizonte. O vocalista Eddie Vedder discursou sobre a tragédia em Mariana, prometeu ajudar as vítimas e ainda pediu às 42 mil pessoas que compareceram ao Mineirão que acendessem as luzes de seus celulares em solidariedade pelo atentado de Paris. E em português - ainda que sofrível.

"É duro quando grandes empresas usam e abusam de terras apenas para lucrar sem nenhum respeito pelo meio ambiente. Acidentes tiram vidas, destroem rios e, ainda assim, eles conseguem lucrar. Esperamos que eles sejam punidos, duramente punidos e cada vez mais punidos para que nunca esqueçam o triste desastre causado por eles", afirmou Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, referindo-se à tragédia de Mariana.

No segundo bloco do show, durante set acústico, Vedder falou do recente atentado terrorista na França: "Uma terrível tragédia aconteceu semana passada. Por favor, acendam seus celulares e vamos mostrar a todos a nossa força, amor e apoio a Paris". E todos atenderam ao apelo do artista, ao som de Imagine, de John Lennon, fazendo deste o momento mais emocionante da apresentação. Uma semana após o atentado, Vedder ainda tocou, pela primeira vez, um cover do Eagles of Death Metal (a música ;Want you so hard (Bad boy news);). A banda se apresentava na Bataclan quando terroristas do Estado Islâmico abriram fogo contra o público, matando mais de 80 pessoas.

Seguindo a fórmula utilizado nesta turnê, cuja perna brasileira termina domingo, no Rio de Janeiro, a banda tocou repertório totalmente diferente dos anteriores. A começar pela música escolhida para a abertura, Rain, dos Beatles, que a banda havia apresentado em Brasília, só que em outro momento do show.

Na sequência vieram músicas como Sometimes, Sirens, Even Flow, Jeremy, Given to fly e Porch - nesta última, o vocalista desceu do palco para cantar junto à plateia. Ao todo, foram 36 músicas.

Entre as faixas inesperadas, o grupo tocou Pilate, Satan;s bed, Deep, Bee Girl e Mankind, que teve o guitarrista Stone Gossard ao microfone (Vedder no backing vocal), como na gravação original. O líder da banda brincou ao dizer que havia manifestantes pedindo que deixassem o colega cantar. Outra surpresa foi Garden, lado B do disco de estreia, Ten, que não havia sido prevista no repertório divulgado pela banda.

A exemplo do show de Porto Alegre, o Pearl Jam tocou Comfortably numb, cover do Pink Floyd, outra música que pegou de surpresa a produção. Uma versão fiel à original, incluindo o solo de guitarra David Gilmour executado praticamente à risca por Mike McCready. À propósito, tantas mudanças bagunçaram o setlist no terceiro e último bloco do show, voltando ao roteiro com Lightning bolt, faixa-título do mais recente álbum de inéditas do quinteto, lançado em 2013.

A chuva fina do início da apresentação parou antes da metade do show e as arquibancadas demoraram a encher. O trânsito caótico na cidade inteira fez com que muita gente entrasse no estádio com o show já em andamento. O que não foi problema para que Eddie e a banda, muito entrosada, comandassem a noite com com performance cheia de energia. Contagiado, o público vibrou. E vibrou mais ainda com Alive. Antepenúltima música do show, foi executada com o estádio já com as luzes acesas. Na sequência, mais uma versão, Rockin in the free world, de Neil Young, a exemplo do que fizeram na apresentação paulista. Depois de altíssima rotação, o show terminou com Yellow ledbetter. Com tudo a que um fã de Pearl Jam tem direito: três horas de música; um repertório inesperado; execução impecável e boas doses de vinho.

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