O cantor Daniel começou a carreira logo cedo influenciado pelo pai, José Camillo. As primeiras apresentações foram em Brotas, cidade natal no estado de São Paulo. Um dos principais palcos na região foi o Cine São José, em que participou de festivais de música e comandou um programa de rádio. ;Eu praticamente comecei a cantar lá;, relembra o artista, que comprou o local há seis anos, após o espaço ficar abandonado por cerca de 20 anos. Para comemorar os 30 anos de carreira, que começaram a ser celebrados em 2013, o artista escolheu voltar ao palco de sua cidade para cantar canções que marcaram sua história, no álbum Daniel in concert em Brotas. O disco mostra uma outra faceta do sertanejo, em que flerta com a música clássica ao cantar ao lado de uma orquestra. Esse é mais um desafio no caminho de Daniel, que perdeu o companheiro de dupla, João Paulo, em setembro de 1997 e, no ano seguinte, seguiu como artista solo. Ao Correio, o cantor relembra o início da carreira e fala sobre o sertanejo no mercado musical.
Você gravou o mais recente álbum Daniel in concert em Brotas no município de São Paulo. Teve algum motivo especial para escolher sua cidade natal?
Na verdade, eu queria fechar as comemorações dos 30 anos de carreira (iniciadas com o disco Daniel 30 anos ; O musical, em 2013). Nada melhor do que poder cantar em casa e fechar essa etapa. A escolha do local, o Cine São José, não poderia ser diferente. Eu praticamente comecei a cantar lá.
Quais são as recordações que você tem no palco do Cine São José?
Comecei a cantar muito cedo, desde os 9 anos eu participava de festivais de música lá. No mesmo prédio do Cine São José tinha uma rádio local, que era AM, e eu participava com um programa de sertanejo toda quarta-feira, das 18h30 às 19h, além de ter convivido com o local toda a minha infância e adolescência. Lembro que o primeiro filme que vi com a minha primeira namorada foi lá: A lagoa azul (risos).
Foram essas memórias afetivas motivaram a reformar o local?
O Cine São José ficou 20 anos parado, com o cinema e o prédio, ambos deteriorando. Tive a oportunidade de restaurar o cinema e trazer à tona essa cultura para Brotas. Ele voltou a ser um espaço que recebe vários eventos além do cinema, como peças de teatro, festivais de dança, shows. É um palco inusitado. Eu comprei há cerca de seis anos e reinaugurei com a exibição de O menino da porteira (longa de 2009 protagonizado por ele).
O primeiro material comemorativo dos 30 anos da sua carreira foi um espetáculo musical. Agora você fez um álbum acompanhado de uma big band. Qual foi o motivo de fazer um projeto tão grandioso?
Eu queria encerrar as comemorações de forma brilhante. A partir daí tivemos a ideia de formar uma big band, de fazer esses arranjos especiais. Foram dois dias de gravação, com quatro arranjadores habilidosos, 27 músicos acompanhando na banda e chegamos nesse resultado. Para trazer o que queríamos e esperávamos, fomos mixar o álbum em Los Angeles.
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