Diversão e Arte

Tom Zé mostra porque se mantém como um dos artistas mais inventivos da MPB

Em Brasília para shows, o cantor conversou com o Correio

postado em 10/12/2015 07:34
O cantor baiano está na capital federal para quatro apresentações
Após quase cinco décadas de carreira, Tom Zé mostra que o espírito não envelhece quando se ama o que faz. Conhecido pelas letras lúdicas e incisivas e pelos arranjos compostos a partir de instrumentos que ele mesmo cria, o compositor mantém vivo o espírito rebelde que marcou a sua participação na Tropicália.

[SAIBAMAIS]O cantor chega hoje à capital para uma série de shows no Teatro da Caixa Cultural. O magnetismo da performance do baiano e a banda de músicos talentosos fazem das apresentações de Tom Zé inesquecíveis. Parte desse sucesso parece vir do fato que, mesmo aos 79 anos, o cantor ainda está próximo dos novos expoentes da música brasileira. ;Trabalhar com essa galera (O Terno e a Filarmônica de Pasárgada participaram do álbum) dá até esperança;, afirma

Em entrevista ao Correio, o cantor discorreu sobre a importância dos movimentos estudantis em São Paulo e a força da geração Y. Tom Zé também explicou como a influência do movimento tropicalista ainda pode ser sentida no cenário musical e da relação entre Aristóteles, a cultura moçárabe e a genialidade de Gilberto Gil e Caetano Veloso.

>> Duas perguntas// Tom Zé

Como foi feita a escolha para o repertório do show? De onde veio o interesse pela geração Y?
Uma coisa grande esperança da gente são alguns termos que a geração Y exige para se colocar no mundo. Ética, comprometimento com promessas, a luta pela salvação do planeta, todas essas coisas são uma grande esperança para mim, para o meu otimismo exagerado. Eu fiquei muito numa expectativa de quando eles saíssem dessa juventude em que estão, que eles pudessem dar uma nova cara para o país. Quando eles passarem a ter obrigação de comandar áreas, eles podem trazer uma exigência ética. E foi a partir dessa canção Geração Y, que abre o álbum, que eu pesquei as outras composições que entraram no disco.

As ocupações nas escolas de São Paulo também são sinal disso? Tem acompanhado a história?
A escola foi muito na minha vida, porque foram alguns professores que me salvaram. Eu tive uma infância e uma juventude muito problemáticas. Com tudo que está relacionado à escola eu tenho muito interesse. Então, foi impressionante ver que o governador de São Paulo, que tem o hábito de ser uma criatura que não cede o braço, parece que percebeu que isso é ruim para ele politicamente. Quando tivemos o problema com a água, ele foi um leão, mas, por felicidade para os estudantes e para o próprio ensino público desta vez foi diferente.
Serviço
Teatro da Caixa Cultural (SBS Quadra 4 lts 3/4; 3206-6456/ 3206-9448). Hoje, amanhã, sábado e domingo, às 19h. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Não recomendado para menores de 12 anos.
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