Debilitada, praticamente sem forças para andar, Piaf ainda teve fôlego para cantar um de seus últimos sucessos diante do público, Non, je ne regrette rien (Eu não me arrependo de nada, em tradução livre). Morreria três anos depois de lançar a canção, por conta de uma hemorragia interna, já em coma. Era o fim da maior cantora francesa da história. Uma trajetória pautada por grandes sucessos, fama mundial, um vício incurável em morfina e uma infância e juventude trágicas.
Hoje, ela faria 100 anos se estivesse viva. A data do nascimento de Édith Giovanna Gassion nunca gerou dúvidas, mas o local permanece uma incógnita. Embora a certidão de nascimento cite o Hospital Tenon, muitos biógrafos defendem que ela teria nascido na rua, nas calçadas de Belleville, distrito pobre de imigrantes de Paris, o que é muito provável, vide a situação precária de seus pais.
A mãe, cantora, e o pai, acrobata, acabaram por abandoná-la com a avó materna, ainda bebê. A avó se alistou na armada francesa, por conta da Primeira Guerra Mundial, e o pai de Piaf se viu obrigado a resgatá-la. A criança, então, passou a crescer por entre meretrizes, em um prostíbulo onde a avó paterna trabalhava. Uma infância pobre e marcada por mazelas, como uma cegueira que quase a matou.
Ao lado do pai, na adolescência, passou a se apresentar na rua e cantou pela primeira vez. A rua se tornou residência fixa e por ali ficou por anos. Chegou a engravidar, aos 18 anos, mas perdeu a filha para uma meningite. Foi na rua que acabou descoberta.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, .