Dom Bosco, em Brasília, pode sinalizar pizzaria, ermida e até colégio, na concepção generalista do cineasta e crítico de cinema Tiago Belotti. Parte dos seus 60 mil admiradores, inscritos no canal na internet que ele mantém, entretanto, guardam outra visão de Dom Bosco. Ele seria o baiano Gino (avô de Belotti) que, no filme A capital dos mortos, deu vazão à macabra profecia urbana. Passados sete anos daquela produção, Belotti retoma o fio da meada, com A capital dos mortos 2, que terá pré-estreia, hoje, às 20h, de graça, no Cine Brasília.
;O primeiro filme era mais humorístico, brincava com metalinguagem: eram fãs de filmes de zumbi encenando um longa-metragem. O tema é dos meus preferidos. Hoje, até que estão sobrecarregados os filmes de zumbi, com séries de tevê e centenas de filmes estrangeiros. No Brasil, nunca foi um subgênero muito explorado. Nem mesmo o Zé do Caixão mexeu com essa parte do terror;, comenta o diretor.
Em A capital dos mortos 2, Belotti defende um ;cinema de quintal;, mas feito com a dignidade de três câmeras. Em sete meses, ele consumiu estimados R$ 7,5 mil para o filme independente no qual se gaba de ter contado com diretor de fotografia, assistente de direção e profissionais gabaritados na maquiagem. ;Fiz o filme a que eu gostaria de assistir. Claro que ele não pode ser comparado com aqueles de produção hollywoodiana. No primeiro, fui tão massacrado que fiquei imune à crítica;, comenta. Tecnicamente muito melhor, sem predomínio de estética trash, o novo filme fala de humanidade, de depressão e de temas fortes, como estupro e suicídio.
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