São Paulo ; Cultuado, criticado ou incompreendido. Não importa qual seja a sua opinião sobre Quentin Tarantino, o fato é que basta o nome do diretor americano de 56 anos estar associado a algum projeto para aguçar o interesse de mídia e público. Tal como Steven Spielberg, Martin Scorsese e Christopher Nolan, Tarantino conseguiu se tornar um dos poucos diretores a habitar o imaginário da cultura popular ao criar uma identidade, baseada na construção de personagens anti-heróis, diálogos ousados e na apresentação de uma estética que flerta tanto com o cinema independente quanto com o mainstream. Ah, e a violência? E o sangue?
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Todos esses elementos estão presentes no oitavo trabalho do diretor, Os oito odiados, que estreia oficialmente no Brasil em 7 de janeiro. O filme, um faroeste que se passa após a Guerra de Secessão americana, começa com o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) transportando a fugitiva Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh) para a cidade de Red Rock, onde John, conhecido como O Carrasco, espera receber sua recompensa e entregar Daisy à Justiça. No meio da estrada, eles encontram dois forasteiros, o Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson) e o sulista renegado Chris Mannix (Walton Goggins).
Devido à forte nevasca, o quarteto é obrigado a interromper viagem e procurar refúgio no Armazém da Minnie, onde sujeitos enigmáticos como Bob (Demián Bichir), zelador do armazém na ausência de Minnie; Oswaldo Mobray (Tim Roth); enforcador de Red Rock, o vaqueiro Joe Gage (Michael Madsen); e o general confederado Sanford Smithers (Bruce Dern) também esperam o fim da tempestade. O confinamento forçado e a presença de personagens que não são quem dizem ser, e interessados na prisioneira de John Ruth, são os elementos que dão o tom para todas as traições, atos violentos e a grande reviravolta da história.
Privilégio
;Eu desenvolvi uma reputação de que cada novo filme que faço é um novo gênero. Amo faroestes, e eu sempre quis fazê-los. Eu sinto que você precisa fazer três faroestes para se considerar um autêntico diretor do estilo e eu acho que tenho algo a contribuir. Depois que eu fiz Django, eu meio que peguei uma noção do que estava fazendo, então pensei: ;Deixe-me fazer outro faroeste para eu realmente mostrar o que eu aprendi!’;, afirmou Tarantino em coletiva realizada em São Paulo, para o lançamento de Os 8 odiados, ao lado do ator Tim Roth. Além da entrevista, os jornalistas brasileiros tiveram o privilégio de estar entre os primeiros a assistir uma cópia não finalizada do novo filme.
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