Depois de um ano de privações no qual trabalho, responsabilidades e pequenas tarefas costuraram o tecido dos dias, chegou a hora. Isabel e Virgínia finalmente podem fechar as malas e embarcar no avião que as levará a destinos exóticos, festejados de absurdos e, mesmo assim, decorados, com ruas que escondem trechos de livros nas dobras das esquinas. No novo romance de Paula Fábrio, Um dia toparei comigo, o leitor transita entre citações de Hemingway, Nikolai Gógol, Herman Hess, Borges e tem acesso a pensamentos de personagens tresmalhados, de passos errantes e unidos pela necessidade de espreitar abismos.
Em 2013, a até então desconhecida Paula Fábrio se tornou assunto urgente em círculos literários ao redor do país. Ao vencer o prêmio São Paulo de Literatura na modalidade autor estreante com o romance Desnorteio, a paulista, de 46 anos, foi descrita pela crítica como ;densa;, ;peculiar; e até ;difícil;. De fato, deslizar pelas palavras de Paula não é tarefa para desavisados, exige do leitor atenção e delicadeza, pois a prosa se firma nas entrelinhas.
As resenhas sobre o novo romance de Fábrio seguiram na direção do concordar que se trata de um livro mais amadurecido que Desnorteio, principalmente no que diz respeito à linguagem. ;Acho que a maior diferença entre os dois está na forma que eu conto a história;, pondera. Na primeira obra, o leitor é apresentado à saga dos irmãos Oliveiras, personagens inspirados em tios da autora que compartilharam a sina da loucura e do esquecimento.
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