Diversão e Arte

Grandes exposições internacionais passam por Brasília este semestre

Piet Mondrian e Frida Kahlo são algumas das mostras programadas

Nahima Maciel
postado em 20/01/2016 07:30

Obra de Patricia Piccinini estará em cartaz no CCBB

O primeiro semestre de 2016 será generoso para as artes plásticas em Brasília. Pelo menos quatro grandes exposições internacionais desembarcam na cidade até o fim do ano. A primeira abre as portas esta semana com uma série de esculturas hiper-realistas nas quais o limite entre o humano e o grotesco testa a simpatia do público.


ComCiência estará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e reúne 48 obras da australiana Patricia Piccinini, um conjunto de seres bizarros capazes de atrair mais público que Pablo Picasso. Em São Paulo, onde esteve em cartaz antes de desembarcar em Brasília, a mostra foi vista por 262.574 mil pessoas, número maior do que o público que visitou a mostra do pintor cubista. Amanhã, por volta de 16h30, se a chuva não atrapalhar e como um aperitivo para a abertura da exposição, um balão gigante intitulado Skywhale e assinado pela artista vai sobrevoar a Esplanada dos Ministérios.

O CCBB também vai receber obras de Mondrian

Em abril, o CCBB comemora o aniversário da cidade com exposição do holandês Piet Mondrian. Marcada para ser inaugurada dia 21, Mondrian e o movimento de Stijl tem curadoria Pieter Tjabbes e traz a Brasília 60 obras, incluindo pinturas, desenhos, mobiliário e fotografias do artista. Será um pequeno panorama de um dos momentos mais significativos da produção do artista, quando participou do movimento modernista De Stijl. Criada por um grupo de artistas e intelectuais, a revista De Stijl ( ;o estilo;) foi responsável por divulgar a abstração formal tão cara a Mondrian. Parte das obras a serem mostradas em Brasília pertencem ao Museu Nacional de Haia, proprietário do maior acervo do artista na Holanda, mas também haverá peças de colecionadores particulares e do Stedelik Museum, de Amsterdam. O CCBB negocia ainda a vinda do coletivo cubano Los Carpinteros. Se acontecer, será no fim do ano, por volta de novembro.

Obras de Frida Kahlo serão expostas na Caixa Cultural

Outro com data ainda indefinida, mas com passagem por Brasília já confirmada, é Frida Kahlo ; Conexões entre mulheres surrealistas no México, que ocupará as galerias da Caixa Cultural. A mostra esteve em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e passa pelo Rio de Janeiro antes de chegar a Brasília, entre março e abril. Com curadoria da mexicana Teresa Arcq, a mostra conta com 30 obras de Frida e outras de 14 de artistas mulheres surrealistas cuja produção mantém importante diálogo com a obra da mexicana. Entre elas estão Lola Álvarez Bravo, María Izquierdo, Leonora Carrington e Remedios Varo. São artistas influenciadas pela pintura da mexicana. Além de ícone pop, Frida é também uma espécie de pedra fundamental do surrealismo latino-americano.

Produção local

Em um novo espaço inaugurado na semana passada, a Alfinete Galeria continua com uma agenda destinada, principalmente, aos artistas de Brasília. Em novo formato, a galeria vai receber Virgílio Neto e a argentina Elisa Luna. Em abril, Dalton Camargos, proprietário do espaço, dá início ao Projeto Planta Baixa. ;Dois artistas ocuparão a sala juntos e, entre eles, vão decidir o que expor;, explica. A primeira dupla será formada por Ananda Giuliane e Ludmilla Alves. Já a Referência traz, em março, o goiano Rodrigo Godá. Na galeria Oto Reifschneider, a primeira exposição do ano será de obras do ilustrador Alexandre Camanho, autor de Os três ratos de chantilly, segundo lugar no Jabuti na categoria Ilustração em 2015. ;Vai ser um apanhado da obra dele. A ideia é mostrar o trabalho, porque esses desenhos costumavam não sair da casa do ilustrador;, diz o galerista, que também representa Camanho em Brasília. No Museu Nacional da República, a primeira exposição do ano, que tem início hoje, traz obras do eslovênio Dusan Kochol, cujo trabalho é baseado na interpretação do comportamento humano e das vivências sociais pontuados por símbolos da história da arte e da cultura pop. Kochol costuma trabalhar com fotografias, espécies de autorretratos nos quais se coloca em situações pré-concebidas e aos quais adiciona ícones e referências.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação