Diversão e Arte

Anna Muylaert volta à Alemanha com outro longa-metragem

O Festival de Cinema de Berlim selecionou o novo filme da diretora e outras duas produções brasileiras para competir na mostra Panorama

Rui Martins - Especial para o Correio
postado em 22/01/2016 17:33
Anna Muylaert, a realizadora que chocou muita família burguesa, ao mostrar a condição de semiescrava de uma empregada doméstica em São Paulo, com o filme Que horas ela volta? (A segunda mãe, título internacional), retornará, dentro de alguns dias, a Berlim.

Seu filme, comédia satírica com tons de denúncia política, ganhou, no ano passado, o Prêmio do Público na mostra Panorama, no 65; Festival de Cinema de Berlim. O público alemão adorou a filha da empregada doméstica que, como numa versão feminina, urbana e moderada de Spartacus, se revolta contra a sujeição vivida pela mãe e consegue entrar nos vestibulares da Faculdade de Arquitetura, enquanto o filho dos patrões é reprovado.

O sucesso do filme se espalhou pela Europa, onde se desconhecia essa realidade brasileira, em fase de mudança com a exigência atual do registro legal e Carteira Profissional das empregadas domésticas, que eram falsamente agregadas à família para cuidarem de tudo, inclusive dos filhos como se fossem uma segunda mãe, mas sem nenhum dos direitos familiares.
Cena do filme

No fechamento da mostra Panorama com a relação dos filmes selecionados, o Festival de Berlim agregou dois filmes brasileiros de ficção e um documentário. Um deles é o novo filme de Anna Muylaert, Mãe só há uma, contando a história de uma adolescente ao descobrir ter sido roubada na maternidade.

Os outros dois filmes são Antes o tempo não acabava, sobre as dificuldades de adaptação de um índio da floresta amazônica ao ir viver em Manaus, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo; e Curumim, de Marco Prado, documentário com o brasileiro Marco Archer, condenado à morte na Indonésia e executado há um ano.

Ao encerrar a última relação de filmes, a mostra Fórum Ampliado incluiu dois filmes brasileiros: Muito romântico, dos gaúchos Melissa Dullius e Gustavo Jahn, que vivem em Berlim; e Ruina, do carioca Gabraz Sanna. Haverá ainda a exposição A mina dos vagalumes, de Rapha;l Grisey,

Rui Martins estará do 10 ao 21 de fevereiro em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.

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