Diversão e Arte

Representantes tentam manter a chama do rock acesa

A morte de Lemmy Kilmister, ex-líder do Motörhead, e de David Bowie, põe em xeque a capacidade do gênero de se reinventar. Mas artistas continuam a investir no estilo e, em 2016, uma safra de novos discos chega ao mercado

Rebeca Oliveira
postado em 23/01/2016 06:28

A morte de Lemmy Kilmister, ex-líder do Motörhead, e de David Bowie, põe em xeque a capacidade do gênero de se reinventar. Mas artistas continuam a investir no estilo e, em 2016, uma safra de novos discos chega ao mercado

Com nostalgia, quem tem certa idade há de se lembrar dos tempos áureos em que artistas como John Lennon, Kurt Cobain ou Renato Russo moldavam o rock. Ao partir, todos deixaram a sensação de que o gênero político, contestador e multifacetado perdera figuras insubstituíveis, mas que haveria de se reinventar. A dúvida volta a surgir com a morte de Lemmy Kilmister, ex-líder do Mot;rhead, no fim de dezembro; e de David Bowie, no último dia 10. Vítimas de câncer, os dois artistas tinham personalidades distintas mas, à sua maneira, mudaram a cara do rock. Um, com um jeito ogro, conseguia traduzir o estilo de vida de um bom roqueiro. O outro, desde 1962, quando formou a primeira banda influenciado por Elvis Presley, tirou o gênero do lugar-comum.

Não é uma questão de qualidade. Todos os dias, a cena ; um tanto clichê ; se repete. Garotos se reúnem em garagens e, de maneira mambembe, eternizam a filosofia do ;faça você mesmo;, intrínseca ao gênero. A essa empolgação, soma-se a facilidade de gravações digitais permitidas pelas novas tecnologias, que impulsionam a chegada de novos discos independentes. No entanto, com a perda de Lemmy e Bowie, põem-se se xeque a capacidade de surgirem figuras igualmente mitológicas, que parecem resistir ao tempo, às tendências e à influência de demais estilos, como o pop, que domina as paradas mundiais.

Para quem vive de música, como o jornalista e apresentador brasiliense Guilherme Guedes, dos canais Bis e Multishow, a afirmativa de que o rock está morrendo é prematura, embora, na atual conjuntura, a situação esteja crítica. No ano passado, nenhuma banda conseguiu ficar no topo da Billboard, a parada americana.

;A perda de figuras tão importantes dos séculos 20 e 21 representa um processo de transformação. É a lei natural da vida. Não há grandes ícones tomando os lugares deles, como aconteceu no passado, porque, com a chegada da internet e da era digital, o impacto que os artistas têm nas pessoas é menor. Isso não significa que os roqueiros de hoje sejam piores que os artistas de outra época;, avalia.

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