Diversão e Arte

Brilho candango: atores e atrizes despontam pelas telas e palcos do país

Camila Márdila, João Campos, Mariana Nunes, Fernanda Rocha e Rosanna Viegas chamam atenção pela formação e compromisso com o ofício cênico

postado em 03/02/2016 07:31

Camila Márdila, João Campos, Mariana Nunes, Fernanda Rocha e Rosanna Viegas chamam atenção pela formação e compromisso com o ofício cênico
Consagrada pela interpretação em Que horas ela volta?, Camila Márdila logo deve subir aos palcos ao lado de, entre outros, Julia Lemmtertz e Caio Blat, no espetáculo A tragédia latino-americana, de Felipe Hirsch. João Campos, por sua vez, aparece em três curtas-metragens este ano, depois de acumular prêmios de cinema e teatro em 2015. Fernanda Rocha e Breno Nina foram destaques na imprensa nacional após o Festival de Gramado, onde ganharam as estatuetas de melhor atriz coadjuvante e melhor ator por conta de O último Cine Drive-In.

Na tevê, Rainer Cadete aparece com destaque na novela Êta mundo bom!; Juliano Cazarré consolida o nome em A regra do jogo; Mariana Nunes deve surpreender na próxima atração das 23h, Liberdade, liberdade; assim como Rosanna Viegas, que cortou os cabelos para atuar em Supermax, a estrear. Todos brasilienses.

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Diretores e produtores de teatro, cinema e televisão, como nunca, são seduzidos pelo trabalho do artista do Distrito Federal, que se destaca pela formação e entrega incondicional aos personagens. A exemplo de Chico Sant;Anna e Murilo Grossi, que carregaram a capital federal país afora, uma nova geração aparece munida do melhor da arte cênica desenvolvida aqui.

Formação

Questionada pelo Correio sobre essa elogiada safra atual, a atriz e diretora Beth Goulart não se surpreende. Principalmente, se a trajetória desses atores se entrelaça com alguns nomes que ela faz questão de enaltecer. ;Segui o trabalho de Iara Pietricovsky, uma atriz maravilhosa. Trabalhei com o Hugo Rodas na preparação do espetáculo Decadência, assim como tive contato com os Irmãos Guimarães. Ótimos diretores. Todos os atores que trabalharam com eles têm meu aplauso e reconhecimento;, comentou.

O aclamado oráculo Hugo Rodas fica orgulhoso ao saber que os discípulos seguem carreiras vitoriosas. ;Nada me deixa mais alegre do que perceber esse trabalho dos alunos. Vê-los consagrados pelos palcos;, conta. O diretor uruguaio-candango acredita, acima de tudo, no ;esforço, na troca e na experiência coletiva;.

Professor emérito do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), Hugo lembra que o instituto, por anos, focou na ;interpretação do ator;, na busca por uma visceralidade na arte de interpretar, ;o que contribui para a formação da geração atual;. Um movimento, segundo ele, que perdeu forças recentemente: ;Não tenho nada contra a arte performática. Mas o departamento deixou um pouco de lado essa preocupação com a interpretação, com a construção coletiva. Teremos grandes performers. Mas tenho lá minhas dúvidas sobre os atores;.

Reconhecido diretor, ator e dramaturgo, Alexandre Ribondi lembra que essa vocação local para o teatro é antiga. ;Nos anos 1960, 1970, tínhamos um grupo de pessoas extremamente inteligentes, que realmente pesquisavam e se sentiam livres para tal. Brasília não tinha passado, ;avós; para te criticar, te supervisionar. Brasília, então, tornou-se um celeiro de experimentações e passou a formar diretores e atores, a exemplo de Lais Aderne. Nós experimentávamos. Fazíamos de tudo. Isso foi dando à capital uma maneira de interpretar diferente;.

As lições da geração de Ribondi, da qual saíram nomes como Guilherme Reis e a própria Iara Pietricovsky, aliadas à ousada formação proposta pela UnB, pela Faculdade Dulcina de Moraes, pelas oficinas de Adriana Lodi e Luciana Martuchelli (e hoje também pelo curso de teatro do Iesb), resultaram em nomes dispostos a carregar o ofício a qualquer preço. Gente de Brasília. Gente do teatro.


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