Diversão e Arte

Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne ganham retrospectiva no CCBB

Com criação pautada no realismo, carreira dos cineastas belgas é revisitada em mostra

Rebeca Oliveira
postado em 09/02/2016 07:30
Cena de 'A promessa', um dos filmes da mostra que reúne 22 obras dos irmãos belgas, responsáveis por clássicos como Rosetta
Os diretores, roteiristas e produtores belgas Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne serão celebrados em retrospectiva do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de quarta-feira (10/2) ao dia 29 de fevereiro. A mostra Cinema humanista ; Irmãos Dardenne abriga 22 títulos dos europeus, agraciados duas vezes com a Palma de Ouro em Cannes e que ocupam lugar de destaque entre os realizadores mais importantes do cinema contemporâneo. As exibições sobressaem-se pelo recorte sobre a produção documental dos primeiros anos de carreira da dupla, entre 1979 e 1983. São fitas que dificilmente chegariam ao país, raras mesmo no circuito indie, onde são cultuadas.

A retrospectiva também dá ênfase aos longas de ficção e demais obras produzidas pelos realizadores, como o recente Dois dias, uma noite (2014), que rendeu oito premiações como melhor atriz e uma indicação ao Oscar à protagonista, a francesa Marion Cotillard. Além das exibições, no dia 15 ocorrerá um debate com a curadora, Caru Alves de Souza, e os críticos Cid Nader e Marcelo Miranda.

"Queremos abordar os primeiros trabalhos da dupla, que são obscuros e pouco conhecidos, e traçar um paralelo com o que foi feito depois. Eles têm uma origem militante que pouca gente conhece", adianta Caru, vencedora do Festival de Cinema do Rio com o filme De menor. Sobrenome que virou sinônimo de realismo no cinema, os Dardenne tem por característica um cinema intrigante com o drama social como fio condutor. Sem pecar pela falta ou pelo excesso, expõem os dilemas dos personagens de maneira que, ao espectador, não caiba qualquer julgamento moral.

[SAIBAMAIS]"Todos os nossos filmes narram como uma pessoa emerge da solidão e se une a outra ou outras pessoas", contou Luc Dardenne ao jornal The New York Times, à época do lançamento do elogiado Dois dias, uma noite (2014). "Mostramos como alguém encontra alguém, e esse encontro é transformador", explicou.

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