Programas com propostas de formar casais são comuns na televisão. A série cômica Terminadores ousa, percorre o caminho inverso e aposta no fim de relacionamentos. Em vez de publicidade, medicina e jornalismo, profissões constantemente retratadas na tevê, a produção se concentra em uma agência especializada em términos de relações. Sintomas de separação, como dores, dúvidas e desapego, inspiram as situações engraçadas da série, cuja estreia será hoje, às 22h30, na Band, e na quinta-feira, no TNT.
Conhecido pelo divertido programa de culinária Larica total, exibido no Canal Brasil originalmente de 2008 a 2013, o ator Paulo Tiefenthaler vive o ex-psicanalista César, descrente da vida a dois. "Ele virou um empresário. Ama o bem-estar das pessoas, mas não acredita tanto no amor assim. Ele usa o potencial de saber investigar o outro para encontrar a chave da porta de saída de um casamento sem fôlego para seguir em frente", explica o ator, em entrevista ao Viver.
[SAIBAMAIS]
Ao contrário de César, a ex-cerimonialista Diana, interpretada por Laila Zaid, é uma defensora dos relacionamentos amorosos. Para ela, basta encontrar a alma gêmea de cada um. As opiniões divergentes abastem o dia a dia da agência e a forma como eles constroem o tratamento dos clientes.
O fim do Larica total ainda persegue o ator, que é cobrado pelos órfãos da atração com frequência. "Pode até ser que o programa volte. Até agora foi meu grande rock;n;roll. É normal existir essa cobrança", analisa. De lá para cá, o ator trabalhou em séries como Dupla identidade (Globo), Amor Veríssimo (GNT) e Suburbia (Globo). "É livre e maravilhoso fazer uma interpretação mais delicada e sem perder a característica de ator", compara Paulo.
Ainda no elenco, o ator Aquiles é vivido por Daniel Furlan. "Ele trabalha para César na agência. Ele usa as técnicas de atuação para manipular os casais que a agência tem que terminar", explica Furlan, cujo último trabalho na televisão foi Show do Kibe (TBS), programa de entrevistas apresentado por Antonio Tabet em que assumia a "direção".
Com oito episódios, Terminadores é a primeira parceria de ficção do canal de TV por assinatura, da emissora de TV aberta e da produtora Hungry Man. Há possibilidade de uma segunda temporada, mas nada confirmada oficialmente.
Duas perguntas >> Gualter Pupo
A série foi desenvolvida para canais das TVs aberta e por assinatura, espaços em que a liberdade criativa são moldadas de diferentes formas. Como foi isso para a direção?
Esse é um desafio enorme. A TV aberta tem um tipo de público e a TV por assinatura, outro. O TNT tem outro tipo de exigência. A Band investe sempre e quer inovar em alguns casos. Então a gente tentou alinhar qualidade com conteúdo. Essa foi uma solução: investir na qualidade e em uma boa história. E isso pode imprimir em qualquer canal.
Fazer graça em um momento de separação exige um cuidado especial?
Óbvio que não queremos agredir ninguém. O nosso escritório quer mesmo falar as verdades para pessoas. Não ter dito o que foi dito, por exemplo. É isso que atrapalha a vida das pessoas. Quando elas não são verdadeiras ou falam muitas verdades. Se você está sendo infeliz no casamento, tem que eliminar o casamento. Um dos episódios tem uma mulher muito neurótica e um marido que não consegue se comunicar com ela. Qual é a solução? Ele tem que fazer a mulher ouvir alguma coisa.