Diversão e Arte

Filme Mahana surpreende com o cinema neozelandês

Drama aborda a reconciliação entre duas famílias em tempos de crise

Rui Martins - Especial para o Correio
postado em 17/02/2016 15:31
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Depois de quatro filmes médios e um ruim, apareceu um superior ; Mahana, dirigido por Lee Tamahori, cineasta nascido em Wellington e com carreira em Hollywood. Por isso, alguns poderão catalogar seu filme como hollywoodiano, para explicar a fotografia e as tomadas perfeitas, as belas cenas da paisagem bucólica neozelandesa. Seja como for, Mahana marcou sua presença e se destacou dos precedentes. Ainda é cedo para se falar em premios, mas se torna, desde já, um sério concorrente.

Além disso, seu tema, a reconciliação, se enquadra perfeitamente no espírito do Festival este ano, numa Alemanha invadida por refugiados. O diretor do Festival se pronunciou contra as guerras provocadoras de migrações e a presidente do júri, Meryl Streep, tinha falado em reconciliação.

Mahana contra a rivalidade existente entre duas famílias mahori, os Mahana, dirigidos por um patriarca autoritário, prepotente, que não suporta ser contraditado, e os Poatas. Os mahori são os nativos da Nova Zelância e os últimos povos a serem colonizados. Talvez, por isso, escaparam de serem dizimados como ocorreu nas Américas. A rivalidade entre as duas famílias é marcante nos concursos de tosquia de lá, pois são fazendeiros criadores de carneiros-

O autoritário chefe de clã, ao qual todos devem obediência, não contava certamente surgir a rebelião com seu neto Simeon, capaz de enfrentá-lo à mesa diante de toda família. Sentindo-se insultado, o avô agride o neto, provocando a reação do pai, seu filho, tudo terminando na expulsão dessa parte da família.
Uma das famílias do filme
Além de suas imagens mostrarem algo novo, Mahana revela excelentes atores desconhecidos neozelandeses e anuncia uma consequencia positiva da globalização : o enriquecimento internacional de artistas com o surgimento de artistas diferentes do padrão fixado por Hollywood, como Temuera Morrison, o patriarca, e Akuata Keefe, seu neto contestador.

E houve ainda uma surpresa na entrevista coletiva dos atores e realizador do filme Mahana, quando foi feita uma demonstração do grito de guerra, mas também de significação religiosa, Haka, uma dança própria do povo mahori.

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