Diversão e Arte

Corpo de Umberto Eco será enterrado na terça-feira em Milão

Funeral será no Castelo Sforzesco, local onde estão obras de Leonardo Da Vinci e Michelangelo e que pode ser visto da janela da casa do escritor

postado em 20/02/2016 17:31
O editor de Umberto Eco, Mario Andreose, falou neste sábado (20) sobre o funeral do escritor italiano. De acordo com ele, o funeral acontecerá na terça-feira (23), às 15h (horário local) no Castelo Sforzesco, em Milão, local onde estão obras de Leonardo Da Vinci e Michelangelo e aberto à visitação ao público.

O escritor podia observar o castelo onde será velado da janela de sua casa. A pedido de Eco, a cerimônia será laica, já que o escritor era ateu, informou o representante. Andreose também anunciou um livro inédito de Eco, uma coleção intitulada ;"Pape Satan aleppe" , que será lançado em março pela La nave di Teseo.

Romancista, ensaísta, filósofo, semiólogo, linguista, bibliófilo. São várias as formas de descrever Umberto Eco, o que podia gerar alguma confusão. Uma definição, no entanto, sempre se mostrou à prova de equívocos: o italiano foi um dos mais importantes intelectuais do século 20, que se manteve relevante também neste começo de milênio, quando continuou atento ao mundo e produtivo ; seu último livro, o romance Número zero, foi lançado no ano passado.
Na noite de sexta-feira (19), Eco privou o mundo de sua fundamental presença, ao morrer em casa, em Milão, aos 84 anos. Segundo o jornal italiano La Repubblica, um dos primeiros a dar a notícia em sua versão on-line após falar com a família do escritor, a morte ocorreu por volta das 21h30 (18h30 em Brasília). Há tempos, ele lutava contra um câncer, mas as causas do óbito não foram confirmadas.

Nascido em Alexandria, no Norte da Itália, em 5 de janeiro de 1932, Umberto Eco se tornou conhecido do grande público graças a seu primeiro romance, O nome da rosa, espécie de história policial ambientada em um mosteiro franciscano na Itália do século 14. Repleta de erudição, a obra ; lançada em 1980 e merecedora de vários prêmios ; se tornou a principal referência sobre a Idade Média para toda uma geração, especialmente depois de se tornar filme. Dirigida pelo francês Jean-Jacques Annaud, a película traz Sean Connery no papel do monge franciscano Guillaume de Baskerville, encarregado de investigar uma morte suspeita na instituição religiosa. A lista de livros de ficção do autor inclui ainda outros títulos elogiados, como O pêndulo de Foucault (1988) e O cemitério de Praga (2010).
[SAIBAMAIS]

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