Diversão e Arte

Seminário de viola caipira reúne violeiros e pesquisadores do instrumento

Evento acontece até amanhã em Brazlândia e no Complexo Cultural Funarte

Adriana Izel, Irlam Rocha Lima
postado em 24/02/2016 07:30

Fábio Miranda:  viola caipira com outros ritmos no álbum Chamamento

Coincidência ou não, a viola caipira é o assunto desta semana, com um seminário e um show dedicados ao estilo. Desde terça-feira, a cidade recebe o Seminário de Viola Caipira, que reunirá quase 100 participantes, entre cantadores, músicos, produtores e pesquisadores até amanhã na Pousada Angicos, em Brazlândia, e no Complexo Cultural da Funarte, no Eixo Monumental. O evento tem como proposta principal fortalecer a cadeia produtiva desse segmento nacionalmente e a elaboração de um documento reivindicando uma política pública para o setor.

Idealizado pela Associação Nacional dos Violeiros e Violeiras do Brasil (ANVB), o encontro tem à frente da organização Volmi Batista, integrante da entidade e presidente do Clube de Violeiros Caipiras de Brasília. Durante o evento, terá início a preparação para o 1; Congresso Nacional de Viola Caipira, previsto para o segundo semestre de 2017, na capital. ;A associação está sempre fomentando o debate acerca do movimento da música e da viola caipira no Brasil. Em dezembro, tivemos um seminário mais regionalizado, desta vez vamos levantar debates em âmbito nacional. O objetivo é fazer um mapeamento dessa cadeia e produzir um documento para o poder público em prol de políticas públicas;, explica Volmi Batista.

A programação do seminário terá debates sobre formação e educação, cultura caipira, difusão e distribuição, pesquisas e comunicação para fechar estratégias e ações para o grupo. O único evento aberto ao público em geral será hoje, às 19h30, na Sala Cássia Eller, na Funarte. Será um ato público com a presença de autoridades governamentais e apresentação das proposições originárias do evento, além de uma roda de viola. ;Será uma noite de imersão na cultura popular, com a boa música dos cantadores e violeiros como Pereira da Viola, Arnaldo de Freitas, ex-integrante da banda que acompanhava Inezita Barroso e de Zé Mulato & Cassiano;, adianta Volmi.

Sobre a forte presença de artistas do Distrito Federal, Batista explica que é uma característica de Brasília antes mesmo da construção. ;Essa cultura caipira já existia por aqui nos anos 1950, com as manifestações ligadas à tradição da viola caipira como as folias de reis, as danças. Foi uma injustiça a metrópole ter expulsado isso daqui e ter desprezado a cultura interiorana por tanto tempo;, lamenta o violeiro. No entanto, Volmi Batista ressalta que atualmente a capital vive um bom momento para a viola. ;Por intermédio do Clube do Violeiro, estamos resgatando essa tradição. A capital, por exemplo, é pioneira no curso de viola caipira na Escola de Música de Brasília, criado por Roberto Corrêa, e hoje ampliado para a Escola Raphael Rabello;, comenta.

Representante da viola

Nomes como Zé Mulato & Cassiano, Roberto Corrêa e Fábio Miranda são exemplos de artistas radicados em Brasília e que levam a tradição da viola caipira para todo o Brasil. Miranda lança hoje, às 21h, no Clube do Choro, o seu segundo CD da carreira solo dedicado à cultura do interior. Antes, por volta das 9h, o cantor e pesquisador participa de uma mesa sobre cadeia produtiva no Seminário de Viola Caipira.

Seminário de Viola Caipira

Hoje, a partir das 9h, na Pousada dos Angicos (Incra 8, próximo a Brazlândia). E às 19h30, na Sala Cássia Eller do Complexo Cultural da Funarte. Amanhã, a partir das 8h30, na Pousada dos Angicos. Entrada franca. Classificação indicativa livre. Informações: 3301-1267 e 8491-8528.

Fábio Miranda
Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental; 3224-0599). Hoje, às 21h, show de lançamento do disco Chamamento de Fábio Miranda, com participação especial. Ingressos a R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira). Não recomendado para menores de 14 anos.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação