Adriana Izel
postado em 01/03/2016 07:30
Na edição do Oscar 2016, a América Latina foi representada por quatro países: México, Chile, Colômbia e Brasil. Dois deles foram vitoriosos na noite de domingo, em Los Angeles, em três categorias: diretor, fotografia e curta-metragem de animação. As três estatuetas ; duas para o México, e uma histórica para o Chile ; ainda representam pequenos passos para o reconhecimento da produção latina mundialmente. Mesmo assim, demonstram a força do cinema feito fora dos Estados Unidos.
O mexicano Alejandro González Iñárritu ganhou pela segunda vez consecutiva o Oscar de melhor diretor pelo filme O regresso. No ano passado, ele conquistou a estatueta por Birdman e, seguindo uma expectativa da crítica especializada, derrubou bons concorrentes neste ano, como George Miller (Mad Mad: Estrada da fúria), e levou para casa a segunda estatueta consecutiva. Essa foi a terceira vez seguida que um mexicano foi consagrado com o prêmio. Em 2014, Alfonso Cuarón representou o país na mesma categoria pela sua direção em Gravidade. Os três anos de México são uma forma de consolidação da presença dos mexicanos no quesito direção cinematográfica.
Indicações
Assim como, em 2015, Iñárritu manteve um discurso político, em que comentou, inclusive, uma das maiores polêmicas do Oscar: a questão racial. ;Tenho muita sorte de estar aqui hoje, mas, infelizmente, muitos outros não tiveram a mesma sorte;, afirmou durante o discurso.
O diretor não foi o único mexicano a conquistar mais uma vez um Oscar. O diretor de fotografia Emmanuel Lubezki recebeu pela terceira vez o prêmio cinematográfico. Ao longo da carreira, ele teve oito indicações, sendo a primeira em 1996, e há três anos tem acumulado a estatueta na categoria levando por Gravidade, em 2014; Birdman, em 2015; e agora por sua parceria, com os também vencedores Iñárritu e Di Caprio, em O regresso.
Já o Chile conquistou seu primeiro Oscar na categoria melhor curta-metragem de animação com o desenho Bear story, de Gabriel Osorio Vargas e Pato Escala, que conta a história de um urso baseada em um relato familiar da época da ditadura no Chile.
O Brasil disputava com O menino e o mundo, de Alê Abreu, a melhor animação; e a Colômbia era representada por O abraço da serpente, de Ciro Guerra, na categoria melhor filme em língua estrangeira. Ambos voltaram para casa sem o prêmio, mas fizeram história mesmo assim. (AI)