Diversão e Arte

Projeto de revitalização reúne bandas no Teatro Dulcina

Público vai escolher quanto pagar para assistir aos shows

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 02/03/2016 07:30

Renato Matos e o filho Cae se apresentam hoje pelo projeto

O Teatro Dulcina, no Setor de Diversões Sul, será palco para diversas bandas no projeto Quarta dimensão ; Frequência sonora, evento em que o público escolherá o valor de entrada a ser pago em cada espetáculo. Músicos locais, nacionais e internacionais apresentarão shows em formato colaborativo e a plateia escolherá se colabora com valores entre R$ e R$ 50. Os shows fazem parte do projeto de revitalização do Dulcina e a proposta é valorizar artistas com trabalho autoral de diversas regiões do país e, principalmente, do Distrito Federal. Na primeira semana, a programação conta com três participações: Loop Berlin, projeto de Konrad Kuechenmeister (Alemanha) e Esdras Nogueira sobem ao palco com Muntchako; e Cae Maia com Renato Matos, representando o som criado em solo brasiliense.

Caetano Maia traz no trabalho elementos da música brasileira contemporânea, além do hip-hop e uma pegada eletrônica, enquanto o pai, Renato Matos, é reconhecido pela cena do reggae na capital. Cae conheceu os palcos do Dulcina ainda em 2001, enquanto fazia aulas de teatro, mas esta será a primeira vez que subirá ao palco com banda.

O músico brasiliense gravou o primeiro álbum, Na rua, em 2015, com 10 músicas inéditas. As letras de amor, lembra o artista, são descompromissadas com rótulos ou estilos musicais. ;Estamos ensaiando um show curto e muito pra cima, com as músicas mais animadas do disco. Meu pai, Renato Matos, que já compartilhou o palco comigo em inúmeras ocasiões, fará uma participação no meu show autoral pela primeira vez;, conta.

No mesmo dia, o projeto Loop Berlin leva ao teatro a inovação do som de caráter experimental, com músicas produzidas por meio de sons gravados em uma estação repetidora.

Tendo como base retomar a força cultural do Setor de Diversões Sul, o Quarta dimensão levará diferentes experiências musicais para o Conic, possibilitando que o local seja novamente atrativo para os mais diversos estilos de público e artistas.

Cae Maia lembra a importância de tais iniciativas para a força e o crescimento da cultura de Brasília, destacando que, atualmente, a cidade está limitada em espaços físicos para manifestações artísticas. ;Em tempos de repressão silenciosa, eventos como esse deixam de ser só mais uma opção cultural e se tornam manifestos de resistência. Quem comparecer ao evento estará se envolvendo com uma galera muito focada em fazer de Brasília um lugar mais rico culturalmente;, declara.

O projeto segue em frente com o caminho inicialmente trilhado no movimento Ocupa Dulcina, que, a partir de 2013, abriu novamente as portas do teatro para uma programação de qualidade, ampliando o espaço de artes cênicas, música, poesia, dança e outras manifestações artísticas da cidade.

Para o evento, Caetano Maia, um dos representantes do som brasiliense, destaca que a plateia poderá assistir a excelentes músicas em cena, aproveitando o espaço do teatro do Conic, ;síntese da capital no coração da cidade;. Seguindo pelo caminho da movimentação cultural, o Setor de Diversões Sul mostra o potencial para ocupar o posto de grande ponto da cena alternativa de Brasília.

Quarta dimensão
Setor de Diversões Sul, no Conic. Shows entre 2 e 15 de março, às quartas-feiras, a partir das 20h. Hoje, Loop Berlin, projeto de Konrad Kuechenmeister (Alemanha) e Esdras Nogueira sobem ao palco com Muntchako; e Cae Maia com Renato Matos. Entrada colaborativa entre R$ 5 e R$ 50. Classificação indicativa: 18 anos.

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