Muito à vontade e A bad Donato estão entre os discos mais cultuados de João Donato. Gravados nas décadas de 1960 e 1970, respectivamente, eles têm em comum o fato de reunirem temas criados em estúdio, processo que o compositor e pianista acriano voltou a utilizar em seu novo álbum.
Aos 82 anos, quase 70 de carreira, esse mestre da MPB está lançando Donato Elétrico, CD com 10 faixas instrumentais ; todas inéditas. Registradas em estúdios paulistanos, com produção de Ronaldo Evangelista, tem a participação de músicos da nova geração, alguns deles integrantes das bandas Bixiga 70 e Metá Metá.
Parceiro musical de Tom Jobim, João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chet Baker e Mongo Santamaria, precursor da bossa nova e figura fundamental da história do jazz latino, ele embarcou em nova viagem sonora, na criação do Donato Elétrico, no qual momentaneamente deixou de lado o velho piano Goldmann, que ganhou do pai na adolescência.
Nas gravações, praticamente ao vivo, Donato chegou à sonoridade sugerida por Evangelista, utilizando sintetizadores, órgãos e pianos elétricos em solos por vezes lentos e em outras com velocidade frenética. Mas, segundo ele, a base de tudo continua sendo os ritmos brasileiros, embora devidamente reprocessados.
Donato Elétrico, o 35; título da discografia do autor de A paz, apresenta temas como Heres;s J.D (que abre o repertório), Urbano, Tartaruga, Soneca do marreco, Combustão espontânea e Xaxado de Hércules. Praticamente todos os títulos surgiram em meio aos ensaios, nas conversas com o produtor e os músicos, e remetem ideias vinculadas a cada composição.
Com lançamento nos dias 11 e 12 próximos no Sesc Pompeia, em São Paulo, há planos para que Donato Elétrico seja levado em turnê a outras capitais brasileiras, inclusive Brasília. Aqui na capital, o músico se apresentou por último, em março de 2014, dando início às comemorações dos 80 anos, na abertura do projeto com o qual o Clube do Choro o homenageou.
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