Diversão e Arte

Fora do circuito comercial Cinecal atrai novos espectadores

Neste mês de março, a mostra cinematográfica estimula que os frequentadores pensem a respeito de manifestações de ódio e intolerância

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 08/03/2016 07:02

Atividade de cineclubistas no cineclube CineCal

Criado para possibilitar ao público brasiliense um cardápio mais diversificado de opções de filmes e mostras cinematográficas fora do circuito comercial, o Cinecal atrai, desde setembro de 2008, espectadores que querem ampliar seu repertório audiovisual. A iniciativa faz parte da Casa de Cultura da América Latina (CAL/UnB), criada em 1987 para promover e divulgar a cultura latino-americana. A CAL busca se consolidar na cidade como um espaço voltado para a cultura iberolatina e africana, em todas as suas vertentes, estilos e linguagens, mostrando que a cultura pode ser interligada em seus diferentes gêneros.


Além do cinema, o público pode conferir eventos culturais, exposições de artes plásticas e performances, tendo acesso aos mais diversos tipos de manifestações artísticas no mesmo local, que possui três galerias de arte. As mostras de cinema trazem filmes de diferentes países e temáticas variadas, sempre com uma lista de títulos cuidadosamente selecionados para estimular a reflexão e o debate a respeito do tema escolhido.


Neste mês de março, a mostra cinematográfica estimula que os frequentadores pensem a respeito de manifestações de ódio e intolerância, sejam elas por questões étnicas, religiosas, de classe ou políticas. Serão 10 filmes realizados entre 1974 e 2012, contando histórias preocupantes e cruéis, fictícias ou reais, em ambientes públicos e privados. Vale lembrar que as questões levantadas são de extrema importância para refletir a respeito do ambiente de intolerância que se manifesta na sociedade atual.


Além do espaço no Setor Comercial Sul, as mostras de cinema do projeto acontecem também no Museu da República cerca de cinco vezes ao ano e a mostra já teve 25 edições no museu, sempre seguidas de debates. Euler Soares, subcoordenador do projeto criado pelo cinéfilo Tom Maranhão, conta que o foco da iniciativa é promover uma relação de proximidade entre o público e a sétima arte. ;Fazemos sempre uma pequena introdução antes da exibição dos filmes e uma roda de conversa ao final das sessões. Projetos como este são fundamentais para promover uma reflexão através da arte;, declara.


Soares conta ainda que a temática da mostra muda a cada mês e as sessões se repetem nos horários da tarde, principalmente, para possibilitar a participação de escolas. ;Queremos incentivar que as escolas venham até a CAL e ao cineclube. Temos dificuldade para expandir esse projeto atualmente por não termos verba para transporte, mas queremos estimular essas visitas;, afirma o subcoordenador.

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