A ação criminosa ocorreu há nove meses, mas somente hoje veio a público: cinco quadros do irlandês Francis Bacon foram roubados de uma residência localizada no centro de Madri, segundo informações do jornal El País. Avaliadas em 30 milhões de euros, as obras formam o aglomerado de peças mais caras, em termos de arte contemporânea roubada, em décadas, na Espanha.
Composto por paisagens e retratos, mesmo sob estrita vigilância, o conjunto de obras desapareceu da casa de amigo e herdeiro de Bacon, identificado apenas como JCB, aos 59 anos. Morador de edificação próxima até mesmo ao Senado espanhol, em cercanias da Plaza de la Encarnación, JCB mantém, tal como os investigadores do caso, o silêncio absoluto.
Há especulações de que o lote roubado não tenha deixado a Espanha. Ausente de casa, no momento da ação criminosa, o proprietário possivelmente teve os passos controlados, à distância, para evitar flagrante. O El País ainda descreve um cenário limitado para possível círculo de compradores das obras, uma vez que as negociações, fatalmente, chegariam aos ouvidos de leiloeiros experientes.
Intensamente reconhecido pelo Museu do Prado, que já deddicou exposição com 78 obras de Bacon, o artista, morto em 1992, bateu recordes de vendas, com a negociação de Tres estudios de Lucian Freud, comprado por 142 milhões de euros, em 2013. Frequentador assíduo do Prado, Bacon costumava apreciar, com especial interesse, obras de Velázquez e de Goya.