Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Em entrevista, Vera Holtz fala da persona na rede social e do teatro

O panorama atual do teatro e a alma roqueira fazem a cabeça da atriz

;Querer é poder, minha filha. Quer, realmente, ir? Pois, vá. Mas se vira!”. Assim, diante das palavras do pai, Vera Holtz se despediu da família e foi encarar o ofício do palco. ;Papai era um cara muito autoritário, mas promovia essa independência feminina;, comenta a artista, durante entrevista ao Correio.


De passagem por Brasília, onde se apresentou com o espetáculo Timon de Atenas, de Shakespeare, Vera recebeu a reportagem e, antes da conversa, foi presenteada com uma caixa de chá de boldo, uma alusão afetiva à série de fotos que a atriz publicou nas redes sociais durante o carnaval, e que a ratificaram como um dos nomes de maior repercussão na internet atualmente.

Artista múltipla, Vera sempre lembra que ;conhece todos os ângulos da profissão;. Foi diretora, assistente de direção, trabalhou com figurino, adereçaria, sonoplastia, vendeu ingressos e até fez figuração em ópera. Com mais de quatro décadas de carreira, atualmente leva o cênico para a plataforma digital, onde se define como ;misteriosa, mágica e feiticeira;.

Muito antes do virtual, da Mãe Lucinda de Avenida Brasil, da fogosa e retrógrada Marta de Presença de Anita, da Fanny de Que rei sou eu?, Vera desenhou mapas para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT). ;Sou formada em Artes Plásticas, enveredei pelo piano e pela música antes. O IPT ajudou a pagar as contas;, recorda-se. E, então, esbarrou com a atriz Myriam Muniz. ;Foi quando eu disse: ;Quero fazer isso;;. E o teatro, a televisão, a internet (e o boldo) nunca mais seriam os mesmos.

Como surge a ideia por trás daquela sessão de fotos que ;quebrou; a internet?
Eu não sou de revelar os bastidores, mas posso contar um pouco. Estava atrás da essência do carnaval. Eu, desde pequena, adoro carnaval. Confete e serpentina me acompanham desde a infância em Tatuí. Depois, fui para o Rio de Janeiro e convivi com o carnaval carioca. Também estive com espetáculo em Salvador, na época do carnaval, e conheci a festa baiana. E o que se repete todo dia? A bebedeira! (risos) E o boldo, portanto, torna-se a melhor forma de encarar a folia, a essência do carnaval. Além disso, a (atriz) Ângela Vieira, uma amiga com letra maiúscula, chegou lá em casa com um raminho de boldo, em um dia que eu estava passando meio mal. Ou seja, além de um bom remédio para o carnaval, o boldo também é um remédio afetivo.

Você se tornou uma referência nas redes sociais e, atipicamente, por um conteúdo inteligente...
A coisa surge de forma lúdica. As redes são também pode ser uma plataforma de criação, de trabalhos autorais.

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