Diversão e Arte

Com trabalhos de 18 fotografos chega a exposição 'Mundo, imagem, mundo'

Os fotógrafos esperam levar ao público a diversidade de olhares e perspectivas contemporâneas do mundo inteiro

Nahima Maciel
postado em 17/03/2016 07:30

Os fotógrafos esperam levar ao público a diversidade de olhares e perspectivas contemporâneas do mundo inteiro

As imagens podem ser uma representação do mundo, mas também podem influenciar diretamente a maneira como o homem interpreta a realidade. Essa relação dual e entrelaçada sempre despertou a curiosidade dos fotógrafos mineiros Guilherme Cunha e Bruno Vilela. Com o intuito de refletir sobre como a fotografia alimenta a interpretação da realidade, eles idealizaram Mundo, imagem, mundo, exposição com fotografias de 18 artistas de 12 países em cartaz a partir de hoje no Espaço Marcantonio Vilaça.

O tema da mostra fez parte do último Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (FIF/BH), evento bienal organizado pela dupla desde 2013 e que ocupou a capital mineira em novembro de 2015. Nas 85 imagens reunidas em Brasília, os fotógrafos esperam levar ao público a diversidade de olhares e perspectivas contemporâneas do mundo inteiro. ;O objetivo é refletir sobre o impacto da fotografia na construção das relações de poder, na construção da sociedade e nas relações humanas. A ideia é entender como a fotografia legitima ou deslegitima essas relações;, explica Cunha.

[SAIBAMAIS]

A mostra reúne artistas da Nigéria, Sérvia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Itália, Colômbia, Alemanha, França, Argentina, Espanha, Bélgica e Brasil. É um verdadeiro mosaico de olhares com temáticas que vão da identidade nacional a dramas humanos e locais. O sérvio Alban Lécuyer, por exemplo, procura a formação da identidade na reconstrução de Sarajevo e a americana Amy Elkins acompanha pessoas no corredor da morte na tentativa de compreender como se dá a construção do mundo a partir do olhar do condenado.

No deserto do sul dos Estados Unidos e norte do México, o americano Michael Lundgren busca evidências da vida e da presença humana para a série Matter. Para o fotógrafo, a imagem se transforma em arte a partir do momento em que o autor consegue estabelecer conexões contemporâneas. Da Coreia do Sul, Daesung Lee traz um extrato de The vanishing island, série sobre Ghoramara, ilha localizada no golfo de Bengal que corre o risco de desaparecer em decorrência do aquecimento global. Desde 1969, a ilha encolheu para metade de seu tamanho original.

Cada uma dessas imagens tem um impacto na sociedade. Se podem ser um reflexo do que se vê, ela podem igualmente se tornar um elemento de poder dentro da sociedade. A imagem está presente em todos os momentos da vida cotidiana e, assim como o dia a dia, está em constante transformação e tem lugares e papéis diferentes a depender do contexto sociocultural. Por isso, a quantidade de países é importante em Mundo, imagem, mundo. ;A gente busca essas pesquisas de fotógrafos que ajudem a perceber o mundo de forma diferente;, diz Bruno Vilela.

Quando idealizaram o festival, ele e Bruno Vilela queriam tratar da fotografia com temas que fossem os mesmos para todos os participantes. Exposições dispersas com temáticas específicas são comuns nos festivais, mas os fotógrafos queriam uma unidade no evento e decidiram que todas as exposições se debruçariam sobre os mesmos temas. Mundo, imagem, mundo é um braço da edição do ano passado e resume a ideia de que há muito para se refletir sobre os papeis da fotografia na trajetória humana.

Mundo, imagem, mundo
Exposição com fotografias de 18 artistas. Abertura hoje, às 19h, no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça (Setor de Administração Federal Sul ; SAFS Quadra 4, Lote 1 - Brasília/DF) Visitação até 18 de junho, de segunda a sexta, das 9h às 19h, e aos sábados, das 14h às 18h.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação